MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
O diretório estadual do Partido Progressista (PP) de Mato Grosso recebeu R$ 580 mil, desde abril, em doações de empresários ligados ao agronegócio, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O partido tem como presidente estadual o deputado federal Neri Geller, que é pré-candidato ao Senado.
No total, a sigla arrecadou R$ 810,1 mil até aqui, mas ainda não informou ao TSE quais foram os gastos feitos com os recursos, que além das doações dos empresários também incluem dinheiro repassado pela direção nacional do PP, em R$ 230,1 mil.
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Desde 2016, as doações de empresas são proibidas no Brasil, sendo legal a doação de pessoas físicas a partidos e candidaturas.
O Ministério Público Federal (MPF) acusa Neri de triangular doações de empresas do agronegócio como Bunge Alimentos S/A, Seara Alimento Ltda e Mutum Indústria na eleição de 2018 por meio da conta bancária do filho dele, o empresário Marcelo Piccini Geller.
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) rejeitou o pedido de cassação do mandato feito pelo MPF porque a acusação inicial era de doações irregulares a candidatos a deputado estadual, na chamada "dobradinha". O MPF recorre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ainda sem conclusão pelo ministro Mauro Campbell Marques.
DOAÇÕES PRÉ-CAMPANHA - Em 12 de maio deste ano, o empresário Alexandre Jacques Bottan fez a maior doação de pessoa física ao PP de Mato Grosso deste ano, até agora: R$ 200 mil.
Bottan atua no setor do algodão e é dono de empresas como a Bottan Agropecuária Ltda, a Algodoeira Mato Grosso Brasil Ltda, a BS Soluções Biológicas para a Agricultura Ltda, a Imbuia Agropecuária Ltda e a Suan Armazéns Gerais Ltda.
A segunda maior doação de pessoa física é do empresário Carlos Ernesto Augustin, de R$ 130 mil, feita em 29 de abril. Augustin é sócio, entre outros negócios, da Petrovina Sementes Ltda. Em fevereiro, ele e a empresa passaram a ser alvos, nas redes sociais, de ataques de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) após uma reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que busca se aproximar do agronegócio por meio de Neri e de alguns dos empresários do setor.
A terceira maior doação, de R$ 50 mil, é de Rony Reimann, sócio de Bottan na Imbuia Agropecuária. Reimann ainda atua no ramo da mineração, por meio da empresa Geofertil Mineração Ltda.
Também doaram recursos o ex-presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) Alexandre Pedro Schenkel, o agricultor e empresário do setor de energia Celso José Minozzo, o produtor Junior Masanobu Utida, entre outros.
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