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VARIEDADES Terça-feira, 05 de Julho de 2016, 14:16 - A | A

05 de Julho de 2016, 14h:16 - A | A

VARIEDADES / OPERAÇÃO SEVEN

Ex-Metamat diz que entregou R$ 2 milhões a Cursi na Casa Civil

João Justino afirmou que trocava cheques em factoring e depois trazia o dinheiro a Cursi

LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO



O ex-presidente da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), João Justino Paes de Barros, afirmou que entregou cerca de R$ 2 milhões ao ex-secretário de Estado de Fazenda, Marcel de Cursi, em 2014, no interior da Casa Civil.

Os valores, segundo depoimento prestado ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), eram oriundos de dezenas de cheques que o próprio Cursi teria pedido para João Justino trocar na factoring do empresário André Luis Marques de Souza.

As oitivas de João Justino e do empresário André Souza subsidiaram a 2ª fase da Operação Seven, uma vez que parte do montante entregue a Cursi (R$ 105 mil) era relativo a três cheques emitidos pelo ex-secretário de Estado e médico Filinto Corrêa da Costa, epicentro das investigações.

O alegado esquema da Seven consistiu, em tese, no  desvio de R$ 7 milhões do Estado , que teria sido concretizado por meio da compra, pelo Estado, de uma área rural de 727 hectares, na região do Manso, em Chapada dos Guimarães.

Segundo o MPE, a área já pertencia ao Estado e foi adquirida novamente do médico Filinto Corrêa com preço superfaturado de R$ 4 milhões.

O próprio Filinto Corrêa, em depoimento, confessou que “devolveu” ao grupo investigado R$ 2,5 milhões dos R$ 7 milhões recebidos. O montante foi repassado por meio da emissão de cheques entregues ao seu cunhado, o procurador do Estado aposentado “Chico Lima”.

Caminho dos cheques

João Justino, presidente da autarquia de 2003 a outubro de 2015, contou ao Gaeco que, no segundo semestre de 2014, o ex-secretário Pedro Nadaf  disse à Marcel de Cursi que Justino conhecia um empresário (André Souza) dono de uma factoring para realizar a troca de cheques.

“Que se recorda de ter recebido de Marcel de Cursi quatro ou cinco envelopes, contendo cada um em torno de cinquenta cheques de emissão e valores diversos, para serem trocados na factoring de André”.

Na ocasião, segundo o ex-presidente da Metamat, Cursi justificou que a troca dos cheques tinha o objetivo de preservar a empresa de sua família, a “M de A Claúdio EPP”, “dizendo naquela oportunidade que as empresas eram das filhas dele e que prestavam diversos serviços para o Estado e representavam a empresa Avon no Estado de Mato Grosso”.

“Que o declarante na boa-fé de contribuir com Pedro Nadaf e, por via oblíqua, a Marcel de Cursi, recebeu inicialmente o primeiro envelope no interior da Casa Civil e levou-o para seu amigo André efetuar a troca”, disse Justino ao promotor de Justiça Carlos Roberto Zarour César.

Após a troca dos cheques, conforme o depoimento, André Souza repassava os valores de forma fracionada a João Justino, descontando o percentual de 1,5% que ficava com o dono da factoring.

“Que a entrega dos valores em espécie era feita no interior da Casa Civil à Marcel de Cursi; que estima ter entregue à Marcel de Cursi a quantia de R$ 2 milhões, valor este que teria sido informado por seu amigo André, vez que nunca abriu tanto os envelopes que recebia de Marcel, quanto as caixas ou mochilas que continham os valores em espécie que recebia de André”, relatou.

Gaeco questiona “boa-fé”

Apesar de João Justino afirmar que não tinha conhecimento de qualquer irregularidade nas transações, o Gaeco, na denúncia, o acusa de saber da origem ilícita dos cheques, mas, mesmo assim, ter procurado o empresário André Souza para realizar a troca.

Isso porque os cheques foram depositados na conta de outra empresa de André Souza, a Gonçalo de Souza e Cia. Ltda, que atua no comércio de veículos seminovos.

“Neste contexto, o dinheiro desviado do Estado de Mato Grosso foi parar em conta bancária de empresa de comércio varejista de veículos, onde estava apto a ser inserido na economia e assim ter seu rastro criminoso apagado. Enquanto Marcel de Cursi recebeu em suas mãos o dinheiro proveniente de operação financeira legal e formalmente legítima”, declarou o Gaeco.

Veja fac-símile de trecho do depoimento de João Justino:

Joao Justino

 

Denúncia da Seven 2

Na primeira denúncia da Operação Seven, o Gaeco apurou suposto esquema que teve o intuito de autorizar o Intermat a comprar uma área rural de 727 hectares na região do Manso, que já pertenceria ao Estado e foi adquirida novamente de Filinto Corrêa, com preço superfaturado de R$ 4 milhões.

O valor pago pelo terreno, segundo o Gaeco, teria sido repartido entre os membros da alegada organização criminosa.

Desta primeira ação penal são réus: o ex-governador Silval Barbosa (PMDB); o ex-secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf; o ex-secretário adjunto de Administração, José de Jesus Nunes Cordeiro; o ex-presidente do Intermat, Afonso Dalberto; o ex-procurador do Estado, Francisco Lima, o "Chico Lima"; o ex-secretário adjunto de Mudanças Climáticas, Wilson Pinheiro Taques; o ex-secretário de Planejamento, Arnaldo Alves de Souza Neto; o  médico Filinto Corrêa da Costa; e os servidores da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Francisval Akerley da Costa e Cláudio Takayuki Shida.

Já na segunda denúncia da Seven, o Gaeco afirmou que os valores supostamente desviados foram maquiados para ocultar a origem ilícita.

Nesta segunda ação penal são réus o médico Filinto Correa da Costa e seus dois filhos, o advogado João Celestino Correa da Costa Neto e o empresário Filinto Correa da Costa Junior; o procurador aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o “Chico Lima”; os ex-secretários de Estado Pedro Jamil Nadaf e Marcel Souza de Cursi; o ex-presidente do Intermat, Afonso Dalberto; o ex-presidente da Metamat, João Justino Paes de Barros; o diretor do Sesc em Mato Grosso, Marcos Amorim da Silva;  o fazendeiro Roberto Peregrino Morales; e os empresários Luciano Cândido do Amaral, Antônia Magna Batista da Rocha e André Luiz Marques de Souza.

Leia mais:

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