LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
Presa pela Gaeco durante a 2ª fase da Operação Metástase, deflagrada na última terça-feira (13), a servidora Maria Helena Ribeiro Ayres Caramelo foi apontada pela juíza Selma Arruda como uma das líderes do esquema criminoso, que teria desviado mais de R$ 1,7 milhão da Assembleia Legislativa.
Além dela, também foi preso o ex-deputado estadual José Riva e os servidores Geraldo Lauro e Manoel Marques.
Segundo a decisão, Maria Caramelo, na condição de chefe de gabinete do ex-deputado José Riva, era “ardilosa” e chegava a ameaçar os servidores para que eles blindassem o
Maria Helena chegou a se colocar à disposição para assumir, sozinha, a responsabilidade sobre o crime, tudo na clara intenção de proteger tanto o seu chefe como os demais membros da organização
então deputado de qualquer participação no esquema criminoso.
“Além de ameaçar e controlar os servidores envolvidos, Maria Helena chegou a se colocar à disposição para assumir, sozinha, a responsabilidade sobre o crime, tudo na clara intenção de proteger tanto o seu chefe como os demais membros da organização”, disse a juíza.
Conforme as investigações, Maria Caramelo e o também chefe de gabinete Geraldo Lauro eram os responsáveis por receber os valores sacados a título da verba de suprimento de fundos.
A verba, de R$ 4 mil por servidor, era concedida mensalmente aos servidores dos gabinetes dos deputados para compras em geral e custeio de outros serviços.
O benefício foi extinto pela atual Mesa Diretora da Assembleia.
Após o saque, segundo o Gaeco, os valores seriam utilizados para custear despesas pessoais de Riva, como “mensalinhos” a políticos, presentes, massagens e festas de formatura.
As investigações apontaram que os envolvidos faziam compras fictícias de marmitas e materiais gráficos, com uso de notas fiscais falsas, para justificar o uso do dinheiro.
“Xerife” de Riva
Tanto as interceptações telefônicas feitas pelo Gaeco quanto os depoimentos dos servidores envolvidos, que foram presos provisoriamente no mês passado e liberados dias depois, teriam confirmado a participação de Maria Caramelo no esquema.
Em um dos “grampos” telefônicos, segundo a juíza Selma Arruda, a servidora teria chegado a se declarar arrependida de não ter jogado a culpa sobre os crimes no falecido advogado Eduardo Jacob, que atuava como procurador da Assembleia.
Os depoimentos dos servidores envolvidos também corroboraram as investigações do Gaeco, uma vez que eles revelaram que Maria Caramelo os orientou a mentir ao Ministério Público.
“[...]Houve cerca de três reuniões, comandadas pela senhora Maria Helena Caramelo [...] ocasião em que esta última alertou que deveriam confirmar que as mercadorias teriam sido recebidas pessoalmente”, diz trecho do depoimento da servidora Ana Martins de Araujo Pontelli.
Outro servidor afirmou que Maria Caramelo exercia o papel de “xerife” de José Riva e que, por diversas vezes, o ameaça de que o mesmo poderia perder o cargo se não colaborasse com o esquema.
“Tanto uma quanto a outra constatação indicam que o investigado José Geraldo Riva pretende blindar-se e, para tanto, conta com a colaboração dos comparsas mais fiéis, Maria Helena e Geraldo Lauro, que são os mais próximos e certamente os mais beneficiados com as falcatruas e golpes aplicados no erário público”, reforçou Selma Arruda.
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