CÍNTIA BORGES E JAD LARANJEIRA
DA REDAÇÃO
Os investigados da segunda fase da Operação Bereré começam a ser ouvidos nesta quinta-feira (10) pelo Ministério Público Estadual, em Cuiabá.
As oitivas estão ocorrendo nesta manhã e devem seguir até a tarde na sede do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Amanhã elas devem prosseguir.
Os primeiros a chegar no prédio para esclarecimentos foram o deputado estadual Mauro Savi e o advogado Pedro Jorge Zamar Taques, irmão do ex-secretário chefe da Casa Civil, Paulo Taques.
Por volta das 10h30, o empresário José Kobori chegou à sede do Gaeco. Kobori foi preso na manhã de quarta-feira em São Paulo e chegou em Cuiabá à noite.
Por isso, o empresário deve passar por audiência de custódia no Fórum da Capital ainda esta tarde, na 11ª Vara Criminal.
Em função disso, os depoimentos de Paulo Taques, Pedro Jorge Zamar, Claudemir Pereira dos Santos, Mauro Savi e José Kobori começam às 14h30.
Todos eles estão presos no Centro de Custódia de Cuiabá.
O último depoimento deve ocorrer nesta sexta-feira (11), às 10 horas, com o deputado estadual Eduardo Botelho, que é um dos investigados pela operação. Ele é um dos sócios da Santos Treinamentos, empresa que, segundo o MPE, ajudou a lavar o dinheiro do esquema.
Entenda a operação
A segunda fase da Operação Bereré, batizada de Bônus, apura um esquema que pode ter desviado R$ 27 milhões por meio de um contrato do Detran com a empresa EIG Mercados, que operou de 2009 a 2015.
A operação é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas.
Segundo as investigações, parte dos valores repassados pelas financeiras à EIG Mercados por conta do contrato com o Detran retornava como propina a políticos, dinheiro esse que era “lavado” pela Santos Treinamento – parceira da EIG no contrato - e por servidores da Assembleia, parentes e amigos dos investigados.
Um dos delatores da primeira fase da operação, sócio da EIG, José Ferreira Neto, confessou ter autorizado o executivo José Kobori a negociar a continuidade do pagamento de propina - que já existia na época do ex-governador Silval Barbosa – com a atual gestão do Governo do Estado.
De acordo com o empresário, antes mesmo do resultado das eleições de 2014, Kobori já havia negociado a propina para a manutenção do contrato com Paulo Taques – que é primo do governador Pedro Taques (PSDB).
José Neto relatou ao Gaeco que Kobori sugeriu que a EIG pagasse a propina por meio de um contrato de prestação de serviços advocatícios com o escritório de Paulo Taques, que também tem como sócio o Jorge Taques, irmão de Paulo e amigo de infância de Kobori.
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