LETICIA AVALOS
Da Redação
O vereador Rafael Ranalli (PL) propôs um Projeto de Lei que proíbe a participação de menores de 18 anos nos desfiles da Parada do Orgulho LGBTQIA+ em Cuiabá, sob alegação de que “atos de cunho sexual” acontecem nos eventos. Em resposta, o presidente da associação responsável, Clóvis Arantes, negou a acusação e esclareceu que crianças já são proibidas de entrar no recinto do show, que acontece à noite.
“Pelo amor de Deus. A parada acontece no meio da rua, andando. Onde é o show a gente tem uma barreira, não deixa menor [de idade] entrar porque o show é à noite, então é diferente”, disse nesta quinta-feira (6), durante os trabalhos no plenário da Casa de Leis.
O projeto de Ranalli prevê a multa de R$ 10 mil aos organizadores do evento e R$ 5 mil aos responsáveis pela criança que for encontrada na festividade. Já em caso de reincidência, os valores dobram. A ideia é que as arrecadações sejam repassadas ao Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA).
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Entre os argumentos utilizados pelo vereador, que também é policial federal, estão a “exposição do corpo, com constante imagem de nudez, simulação de atos sexuais e manifestações que resultam em intolerância religiosa”, segundo trecho do PL.
Clóvis esteve na Câmara para se reunir com Ranalli e, conforme suas palavras, entender o porquê de outras festividades populares, também realizadas de forma aberta durante o dia, não têm essa proibição. “Nós nunca tivemos um problema policial [...] é um movimento tranquilo e ordeiro, por que menores não podem participar”, questionou à imprensa.
Ele ainda classificou a pauta como moralista e acusou o parlamentar de tentar boicotar o movimento LGBTQIAPN+ na capital.
O PL segue tramitando na Casa e, atualmente, está sendo apreciado pela Comissão da Criança e do Adolescente, presidida por Ranalli.
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