ALLAN PEREIRA E MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
O secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, afirmou que as forças de segurança vão negociar com os eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que estão fechando rodovias federais e estaduais em, pelo menos, 26 pontos de Mato Grosso, para encerrar a manifestação. Bustamante disse que não quer começar uma guerra nas estradas, mas não descartou o uso da força.
"Primeiro, nós vamos negociar com todo mundo. A fase de desocupação passa por um planejamento, um diagnóstico, saber como está, depois a gente vai negociando com todo mundo. Tem muita gente que vai sair das estradas com a negociação. Tem pontos que são mais frágeis e pontos que são mais fortes. Eu acredito muito na condição ordeira do povo mato-grossense. É um movimento de pessoas que a gente vai negociar para desobstruir", disse Bustamante no final da manhã desta terça-feira (1º).
A declaração ocorreu depois de duas reuniões, uma da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) com forças da Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso, seguida do próprio Bustamante com o governador Mauro Mendes (União Brasil).
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De acordo com Bustamante, o próprio governador determinou que as manifestações fossem encerradas, e as rodovias liberadas.
A fala do governador ocorreu depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes notificou os Estados informando que a Polícia Militar tem atribuição para debelar o movimento contrário ao resultado da eleição, mesmo em rodovias federais.
"Dessa maneira, as Polícias Militares dos Estados possuem plenas atribuições constitucionais e legais para atuar em face desses ilícitos, independentemente do lugar em que ocorram, seja em espaços públicos e rodovias federais, estaduais ou municipais, com a adoção das medidas necessárias e suficientes, a critério das autoridades responsáveis dos Poderes Executivos Estaduais, para a imediata desobstrução de todas as vias públicas que, ilicitamente, estejam com seu trânsito interrompido", destacou Alexandre na decisão.
Não há previsão para o início das desobstruções por parte das forças de segurança pública estaduais. Segundo Bustamante, a inteligência trabalha ainda no planejamento e diagnóstico dos bloqueios nos Estados, para depois sair a campo. Também não há ideia de efetivo a ser empregado, mas o secretário afirma que vão usar "o mínimo de força para desocupar".
"É normal esse planejamento, faz parte da negociação entender quem está do outro lado, o que está sendo feito, se vai precisar usar trator para tirar terra, se não vai. Não adianta você fazer uma desocupação e está lá bloqueada. Tem que arrumar um trator para fazer o desbloqueio. Tem que ter muita calma, porque a gente entende que não podemos criar uma guerra nas rodovias. Temos que fazer a sensibilização de todos. A desocupação será feita, e, se necessário, usando força", disse.
De acordo com dados da PRF, Mato Grosso é o segundo Estado do Brasil com mais bloqueios de rodovias. São 26 interdições espalhados por várias vias. O movimento reúne eleitores que não aceitam a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições de domingo (30).
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