ALLAN PEREIRA
Da Redação
A deputada estadual Janaina Riva (MDB) analisa que o período de janela partidária, onde políticos eleitos podem trocar de partido sem perder o mandato, antecipou, as discussões eleitorais do segundo semestre. Para ela as declarações de apoio às majoritárias se anteciparam, mas isso não mudou a sua decisão de voto. Ela continua com o presidente Jair Bolsonaro (PL) mesmo que isso a faça renegar o voto em outra mulher.
Janaina vê com muita naturalidade essa sua aproximação com Bolsonaro, apesar da direção nacional do MDB apoiar o projeto de candidatura da senadora Simone Tebet (MDB/MS) à presidência da República.
Contudo, a deputada aponta que o apoio a Bolsonaro não é algo que ela sonhava fazer, e sim por que é mais conveniente e por que as pautas de seus eleitores ligados às questões territoriais pesam mais em Mato Grosso.
"A candidatura do partido é de uma mulher que tem força, mas infelizmente, em Mato Grosso, traria um prejuízo eleitoral muito grande, principalmente para mim. Aqui nós estamos polarizados. Eu não sei onde eles estão encontrando um ambiente diferente do nosso, mas, dentro do MDB nacional, eu defendo inclusive que o partido não tenha candidatura [a presidência]”, opina.
Cota partidária
A deputada explica que não gosta de a história de uma mulher ser candidata só por ser mulher e avalia que a possível candidatura de uma mulher com pouca expressão de voto não "traga qualquer tipo de avanço na nossa pauta feminina".
"Essas candidaturas hoje de uma mulher com pouco voto é o que deu a fama de nós sermos candidatas laranjas. Então, eu também não acredito mais uma terceira via. Essa que é a verdade", disse Janaina na última sexta (25), durante participação de um evento do Governo para a entrega de maquinários agrícolas, na última sexta (25) na Arena Pantanal.
Leia mais:
Caciques políticos de MT reclamam da indefinição de Mauro
Janaina anuncia permanência no MDB e faz esforço para sigla apoiar Fagundes
""Eu estou como a maioria da população. Eu não estou no que eu gostaria, mas eu estou no que hoje tem como a opção que eu considero menos ruim. Toda a população brasileira está desse jeito. O meu voto vai ser pela maior identidade que hoje estão com as pautas do Bolsonaro, e não com as do ex-presidente Lula. Começa já pela questão territorial, que para mim é muito mais pesada até hoje do que as nossas pautas de minorias", diz.
A parlamentar, que apesar do MDB ter apoiado o projeto de candidatura do deputado federal Neri Geller ao Senado, conseguiu também uma brecha para apoiar o sogro, o senador Wellington Fagundes (PP), a reeleição.
Insegurança nas bases
Janaina analisa que ela e os demais políticos estão se sentindo inseguros com a discussão dos apoios das direções nacionais dos partidos para os presidentes, inclusive do MDB acabar parando no arco de aliança para a candidatura do ex-presidente Lula, e que essa insegurança irá se traduzir em uma troca-troca de partidos.
"Até nós aqui da ponta, os estaduais, ficamos inseguros. Hoje, em Mato Grosso, nós temos uma polarização muito grande entre os presidentes. Por exemplo, para mim que sou de uma região muito bolsonarista, representa uma perda muito grande de estar em partido alinhado com a candidatura do Lula", analisa.
E completa: "A gente vai ver muita gente ainda trocar de partido por conta dessa indefinição, como tem gente também que não quer filiar em partido de extrema direita e tem receio que o partido vai apoiar".
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.