MIKHAIL FAVALESSA, ALLAN PEREIRA E JULIANA ARINI
Com gritos de "mito", apoiadores receberam com entusiasmo o presidente Jair Bolsonaro (PL) em Várzea Grande. Apesar da euforia, a presença nas ruas de Várzea Grande foi tímida.
Em um encontro para participar do lançamento da Marcha para Jesus, o presidente reuniu-se com personalidades políticas de Mato Grosso e líderes da Assembleia de Deus, como Silas Malafaia - que chegou a ser cotado para ser vice de Bolsonaro em outubro de 2021.
Durante o seu discurso Bolsonaro relembrou do início de sua aproximação com o pastor Marcos Feliciano (PL) em 2010, falou de sua cruzada contra a ideologia de gênero, relembrou das dificuldades que surgiram durante a sua gestão (2018-2022) e alertou para o risco do aumento da fome no mundo.
LEIA MAIS:
Reação à filiação de "Tigresa" no PT reflete preconceito, diz deputado
"Não esmorecemos, lutamos por tudo aquilo que acreditamos. Mas algo inimaginável aconteceu, a pandemia. E veio com ela a inflação, o desabastecimento e a incompreensão típica na memória de cada um. Sobretudo de quem sofreu no momento. Em especial quem não tinha renda fixa. Fizemos o possível para superar um mal que ninguém sabia como enfrentar. Chegou 2021 e começamos a vislumbrar o horizonte. Junto com 2022 outros problemas e a sede de poder por parte do homem. Quando o vale tudo acontece. Não é fácil defender o povo com verdade. E muitas vezes o nosso povo não quer ouvir a verdade.", disse.
Para o presidente, o maior desafio para os próximos anos será a insegurança alimentar. No Brasil cerca de 19 milhões de pessoas já sofrem com a fome crônica.
"Recebi uma representante das Nações Unidas (a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonjo) que pediu que exportassemos mais alimentos. E disse a ela o Estado não tem muito mais capacidade, e também pedi pra que o fertilizante não aumentasse de preço, porque se isso continuar vamos acabar nos envolvendo na pior guerra que existe. A guerra da segurança alimentar. O mundo corre esse risco. Espero que o mundo não nos dê uma prova muito pesada que não possamos carregar", afirmou Bolsonaro.
Em sua chegada a Mato Grosso, Bolsonaro saiu do no complexo do aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, acompanhado da equipe de segurança e dos generais Braga Netto (ex-Casa Civil e Defesa) e Luiz Eduardo Ramos (Secretária-Geral da Presidência).
A comitiva de recepção ainda incluía o governador Mauro Mendes (UB) e a primeira-dama Virgínia Mendes, o prefeito de Várzea Grande, Kalil Baracat (MDB), os deputados federais Nelson Barbudo (PL), Neri Geller (PP), o deputado estadual Sebastião Rezende (UB), o ex-deputado federal Victorio Galli (PTB), entre outras lideranças políticas.
Cerca de 325 motos foram credenciadas na "motociata", que seguiu do aeroporto até o Grande Templo, na Avenida do CPA, de acordo com a Polícia Militar. O presidente acabou indo na direção do Praerinho onde discursou no lançamento da Marcha para Jesus.
Bolsonaro ficou poucas horas em solo mato-grossense. A visita acabou logo após a 5ª Assembleia Geral Ordinária da Convenção Geral da Assembleia de Deus no Brasil, no Grande Templo, na Avenida do CPA.
Protesto
Divulgação
Durante a tarde, um grupo de manifestantes instalou faixas em protesto à visita do presidente, com a seguinte frase: 'Cuiabá: capital do ossinho. Fora Bolsonaro!'
A manifestação faz referência a fila semanal de um açougue de Cuiabá que faz doação de "ossos e carcaças" gratuitamente às famílias que estão passando por dificuldades financeiras.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.