MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
O governador Mauro Mendes (União Brasil) chamou de "absurda" a situação e criticou a falta de "eco" da proposta de passar para o Estado a administração do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. De acordo com Mauro, a falta de sensibilidade com o projeto é a mesma no Governo Lula que era no Governo Bolsonaro.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) fez um edital para concessão dos serviços públicos de apoio à visitação, revitalização, modernização, operação e manutenção dos serviços turísticos, com leilão na Bolsa de Valores realizado em dezembro de 2022.
"Parece piada o que está acontecendo. De mau gosto, diga-se de passagem. Porque eu estou cansando de repetir esse argumento, parece para mim tão óbvio: olha, passa para o Estado, temos condição de fazer melhor do que a União. O que está sendo feito com essa empresa privada que já ganhou todos os parques no Brasil, a mim, parece que não cheira muito bem. E, infelizmente, parece que não teve muito eco no governo anterior e não está tendo eco neste governo até agora. Todo mundo escuta, todo mundo concorda, mas ninguém faz nada", criticou.
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Para Mauro, o parque ficará como está hoje: "abandonado, sem investimento, sem infraestrutura, e agora vai passar para iniciativa privada e o cidadão vai ter que pagar quase R$ 100,00".
"É um absurdo, um verdadeiro absurdo, e eu não consigo entender, estou inconformado com a falta de sensibilidade do governo anterior, e eu disse isso várias vezes ao ministro que tratava da área, e até o presente momento não tive a mesma sensibilidade neste governo. Mas não desanimei, vou continuar até o último segundo brigando por isso", concluiu.
A vencedora do leilão foi a empresa Parques Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura, chamada de "Parquetur". Ligada ao Banco Daycoval, a empresa administra o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás (GO), e também o parque Caminhos do Mar, em São Bernardo do Campo (SP).
A MT Participações S/A (MT Par), empresa de economia mista controlada pelo Estado de Mato Grosso, entrou na disputa, mas acabou desclassificada por problemas na documentação.
Em 22 de março, a comissão especial de licitação do ICMBio convocou a empresa vencedora a depositar o valor de outorga e "tomar todas as providências estabelecidas no Edital para assinatura do contrato". A previsão é de investimentos de R$ 18 milhões em infraestrutura e R$ 200 milhões em operação e gestão.
O valor do ingresso cobrado, de acordo com o edital do ICMBio, começa em R$ 30,00 no primeiro ano de operação e sobe R$ 5,00 até o quarto ano do contrato, chegando a R$ 100,00 no quinto ano.
Para moradores de Cuiabá, Chapada dos Guimarães e Várzea Grande, o valor do ingresso é 25% do valor máximo. Assim, para os moradores das três cidades que ficam no entorno do parque, os valores devem ser de R$ 7,50 no primeiro ano; R$ 8,75 no segundo; R$ 11,25 no terceiro; R$ 12,50 no quarto; e R$ 25,00 a partir do quinto ano de concessão.
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