LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
Os ex-secretários de Estado Éder Moraes e Vivaldo Lopes Dias são interrogados na tarde desta quinta-feira (10) pelo juiz Jefferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Cuiabá.
O interrogatório foi marcado para iniciar às 13h30, na sede da Justiça Federal.
Ambos são réus de ações penais derivadas da Operação Ararath, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro, corrupção e crimes contra o sistema financeiro nacional.
Na ação que acusa Éder Moraes de ser um dos mentores do suposto esquema também consta como ré a esposa dele, Laura Tereza da Costa Dias e o ex-superintendente regional do Bic Banco, Luiz Carlos Cuzziol.
Em relação a Vivaldo Lopes, que, ao lado de Éder, atuou na secretaria de Fazenda na gestão Blairo Maggi, a ação foi desmembrada e ele responde as acusações isoladamente em outro processo.
Ele é acusado de ter usado a conta de sua empresa, a Brisa Consultoria, para colaborar com os crimes cometidos pelo grupo criminoso. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Vivaldo Lopes seria um dos responsáveis pela lavagem do dinheiro obtido ilegalmente.
A empresa do ex-secretário teria recebido, por transferências bancárias, mais de R$ 500 mil do empresário Júnior Mendonça – pivô do esquema, que recebeu o benefício da delação premiada para colaborar com as investigações.
As audiências para ouvir as testemunhas destas ações já foram encerradas. Um total de 36 testemunhas foram ouvidas nos dias 24, 25, 31 de julho, 1º de agosto e as últimas duas prestaram depoimento nesta quinta-feira (09).
Também depôs, no dia 03 de julho, o empresário Júnior Mendonça.
Outros investigados
Os demais investigados na operação -como o senador Blairo Maggi e o deputado estadual José Geraldo Riva – respondem a inquérito de competência do Supremo Tribunal Federal (STF), devido à prerrogativa de foro.
Também são investigados no inquérito o conselheiro do Tribunal de Contas do estado (TCE-MT), Sérgio Ricardo de Almeida; o conselheiro afastado do TCE-MT, Humberto Bosaipo; o promotor de Justiça Marcos Regenold; o desembargador afastado Evandro Stábile; o governador Silval Barbosa (PMDB); e o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB).
Entenda a operação
A Operação Ararath, que está na 6ª fase, foi deflagrada em 2013, visando desarticular um suposto esquema de lavagem de dinheiro, corrupção e crimes contra o sistema financeiro em Mato Grosso.
A PF estima que os integrantes do esquema movimentaram, desde 2006, mais de R$ 500 milhões.
Segundo as investigações, o grupo investigado utilizava-se de empresas de factoring (fomento mercantil) como fachada para concessão de empréstimos a juros a diversas pessoas físicas e jurídicas no Estado.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.