MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
Os deputados federais e senadores por Mato Grosso têm R$ 431 milhões em emendas no chamado "orçamento secreto", um mecanismo orçamentário utilizado pelo Governo Federal para manter sua base de apoio no Congresso.
Os valores foram levantados pelo Midiajur em dados abertos da Câmara dos Deputados, que passou a disponibilizar listas com os pedidos de destinação de recursos após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), no final de 2021.
Os R$ 431 milhões dizem respeito apenas a solicitações encaminhadas no orçamento federal de 2022. De acordo com a Câmara, as emendas de relator, com a rubrica RP-9, tiveram R$ 12,3 bilhões executadas até o prazo da legislação eleitoral neste ano.
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A soma total dos parlamentares mato-grossenses pode ser ainda maior. Parte dos pedidos de recursos são assinados, de maneira oficial, por pessoas que não possuem mandatos, ou seja, não são deputados, senadores ou mesmo prefeitos ou outros cargos do gênero. Há indícios, porém, de que haja ligação com políticos.
O parlamentar mato-grossense com o maior volume de recursos é o senador Wellington Fagundes, do mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro, o PL. Wellington assina R$ 150,6 milhões pelo levantamento feito pela reportagem.
O segundo na lista é o senador Jayme Campos (União Brasil), com R$ 86,9 milhões. Também senador, Carlos Fávaro (PSD) é o terceiro com mais emendas, num total de R$ 75 milhões.
Fabio Garcia (União Brasil), que é suplente de Jayme e está atualmente no cargo, indicou R$ 30 milhões e é o quarto no ranking das RP-9 em Mato Grosso.
O valor mais baixo da lista é do deputado federal Emanuel Pinheiro Neto, o Emanuelzinho (MDB). Ele esteve na base governista, mas enfrentou desgaste com no PTB com o ex-deputado Roberto Jeferson e migrou de partido.
O Ministério da Saúde é, disparado, o que tem mais emendas de relator indicadas pelos parlamentares de Mato Grosso. São R$ 238,8 milhões até aqui.
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) vem em seguida, com R$ 66,9 milhões, seguido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com R$ 59,2 milhões.
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