LÁZARO THOR
O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) lidera nesta segunda-feira (20) uma audiência pública híbrida (presencial e virtual) para discutir a situação em que se encontra o Projeto de Assentamento Japuranã, situado no município de Nova Bandeirantes (996,3 km). O superintendente do Incra em Mato Grosso foi convidado para discutir o assunto.
O projeto é alvo de uma investigação interna do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que aponta para o pagamento superfaturado pelas terras, que pertenciam a família do ex-procurador da Operação Lava Jato, Delta Dalangnol. O pai e o tio de Deltan estariam envolvidos no esquema, segundo reportagens publicadas pelo site De Olho Nos Ruralistas.
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O Incra tenta reverter na Justiça a indenização paga à família Dallangol. Em sua fundamentação, o órgão apresenta um cálculo que aponta um sobrepreço de mais de R$ 147 milhões no valor que está sendo pago.
Ao todo, o Incra calcula ter pago R$ 159 milhões em 14 processos judiciais relativos à desapropriação de 17 fazendas. Os números constam em uma ação na qual o órgão tenta a devolução de R$ 14,5 milhões pagos ao tio de Deltan, Xavier Leonidas Dallagnol, e sua esposa, Maria das Graças Prestes. A área total da gleba é de 36 mil hectares.
Cattani é aliado do presidente Jair Bolsonaro, antigo aliado dos procuradores da Lava Jato. O juiz Sérgio Moro chegou a ocupar cargo de ministro da Justiça, mas deixou a posição após denunciar suposta interferência do presidente da Polícia Federal (PF). A Operação Lava Jato, que culminou com a prisão do ex-presidente Lula, foi desmantelada por conta de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que anularam as condenações contra o ex-presidente e outros políticos acusados de corrupção.
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