LETICIA AVALOS
Da Redação
Mesmo sem o apoio dos colegas, o vereador Rafael Ranalli (PL) afirmou que vai manter em tramitação o Projeto de Lei que proíbe qualquer órgão público municipal de financiar ou patrocinar a realização do Carnaval, em Cuiabá, pelo período de 4 anos. Segundo o parlamentar, o seu objetivo é apenas “fomentar a discussão” e sinalizar para o seu eleitorado conservador.
“Todas as minhas pautas são inerentes ao meu público, às pessoas que confiaram em mim [...] quando eu trago um projeto aqui, é para suscitar a discussão”, declarou, antes do seu pedido de urgência ser rejeitado por 5 votos a 10, na sessão desta terça-feira (25).
Na última semana, quando apresentou o PL, Ranalli argumentou que a tramitação em regime de urgência seria necessária tendo em vista que o Carnaval de 2025 está próximo e o seu desejo era emplacar a nova lei ainda este ano. A justificativa, no entanto, ignorou o fato de que o próprio prefeito Abilio Brunini (PL) já havia informado que não financiaria qualquer atividade carnavalesca por conta da calamidade financeira em que o município se encontra.
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Nesta terça, Ranalli mudou o discurso e alegou que o objetivo do PL é resguardar o caixa da prefeitura até o reequilíbrio financeiro, mas que retomar o financiamento de eventos no Carnaval não seria um problema nos próximos anos. “A minha fala na semana passada foi: assim que sanar as contas públicas, melhorar o recurso para educação, saúde e o caixa da prefeitura melhorar [...] que bote de novo”, disse.
Em visita à Câmara, a presidente regional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Lorenna Bezerra, contrapôs que a falta de fomento ao Carnaval pode impactar negativamente os comerciantes que dependem do movimento gerado pela festividade.
“Cuiabá não é uma cidade de entrada, é de saída, as pessoas saem de férias, então a cidade morre no começo do ano. Aí em fevereiro, março, que é o período de Carnaval, que a gente tem a oportunidade de trazer essas pessoas, ou pelo menos permitir que os moradores fiquem aqui, ele [Ranalli] está fazendo um movimento contra isso [...] tem muitos comerciantes que esperam os períodos sazonais, como o Carnaval, pra ter dinheiro”, esclareceu.
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