LETICIA AVALOS
Da Redação
O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), se reuniu com os vereadores da Câmara Municipal nesta terça-feira (25) e pediu que os parlamentares cooperassem com um abaixo-assinado para impedir o despejo de famílias que invadiram áreas verdes e de preservação permanente. Nas últimas semanas, decisões da Justiça têm ordenado que os moradores se retirem para a demolição das construções.
Atualmente, os principais alvos da Justiça são os loteamentos São José, no bairro João Bosco Pinheiro, São Thomé, no bairro Primeiro de Março, e Rodoviária Parque, no bairro Despraiado. Segundo o prefeito, algumas dessas áreas poderão ser demolidas a partir de 28 de março.
“Estamos preocupados com isso, porque o prazo é muito curtinho e a gente tem que fazer uma série de ações [...] abaixo-assinado, audiências públicas, para poder validar as decisões que a gente vai tomar [...]. O que nós estamos fazendo é pedir a participação dos vereadores para reverter essas decisões”, desabafou à imprensa.
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Uma das soluções propostas por Abilio é transformar as áreas públicas, que não poderiam ter outro proprietário além do município, em locais legalmente passíveis de habitação. Para mudar a lei, o prefeito precisa da aprovação da Câmara e, por isso, solicitou mais espaço nas sessões da Casa. “A gente vai mandar um projeto de lei alterando a finalidade daquela área, permitindo que ela seja utilizada para regularização fundiária”, disse.
Para o gestor, a desapropriação é injusta devido ao tempo que já se passou desde as invasões e a responsabilidade é do poder público que não impediu as ocupações no início. “Eu não quero que desaproprie uma família já constituída há 15, 20 anos num lugar. Eu acho que é injusto fazer isso. O certo seria o poder público ter evitado aquela invasão, mas como não evitou, já formaram família, já tem criança que cresceu e, hoje, tem adolescente de 14, 15 anos que a vida inteira dele foi naquele bairro [...] dói o coração”, declarou.
Abílio se comprometeu em tratar a regularização fundiária como uma das prioridades da sua gestão e também pediu aos vereadores que ajudem a fazer o levantamento de todas as áreas ocupadas indevidamente na capital para ajudar os moradores com o imbróglio judicial.
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