MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
A sensação relatada por Élia Miyagawa, mãe do agente do sistema socioeducativo Alexandre Miyagawa, foi do início de justiça sendo feita. Élia e amigos de Alexandre, conhecido como "Japão", acompanharam a cassação do vereador Marcos Paccola (Republicanos), que motou o servidor público em 1º de julho.
"Muito, muito, muito feliz", disse Élia, emocionada, logo após a sessão na Câmara de Cuiabá, nesta quarta-feira (5).
"Eu não acreditava nessa justiça. Mas agora, com todos os meus amigos perto, todos os amigos do meu filho, estou muito feliz", continuou.
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A mãe de Alexandre disse que "começou a ser feita a justiça". Paccola ainda é réu em uma ação penal por homicídio qualificado, que corre na 12ª Vara Criminal de Cuiabá e deve levar o vereador e tenente-coronel da reserva da PM ao Tribunal do Júri.
"Espero tudo de bom que aconteça lá, que tenha justiça mesmo, de verdade. Que fique preso 30, 40 anos, é pouco ainda. Matar meu filho, inocente, e pelas costas ainda, isso não existe", declarou Élia Miyagawa.
Ele quer denegrir a imagem do outro para prevalecer, sair como bom moço na história. Investiga a ficha criminal dele, já que essa é a ideia. É fácil denegrir o outro que não está aqui para se defender
Amigo de Alexandre e também agente do socioeducativo, Adão Hermosa criticou a tentativa do vereador de atacar a imagem da vítima para se defender. Na tribuna da Câmara, Paccola apontou que Alexandre não teria porte de arma, que estava alcoolizado no momento do crime, entre outras suspeitas levantadas contra a vítima.
"Faz uma falta sem tamanho. Aquele cara era diferenciado. Tentam denegrir a imagem dele, mas ele não é aquilo que o Paccola tentou descrever. Ele é um cara do bem mesmo. Não teve chance nem de reagir, tomou três tiros pelas costas. Nunca que ele verbalizou, não daria tempo. O Alexandre é do bem, se ele tivesse ouvido alguém falar 'é polícia', com certeza ele teria colocado (a arma no chão). Ele (Paccola) quer se apegar a isso. Não teve isso. Ele não escutou, eu atirei, estava bêbado. Não tem justificativa. Ele é do bem, se ouvisse alguém falando iria atacar. Ele quer denegrir a imagem do outro para prevalecer, sair como bom moço na história. Investiga a ficha criminal dele, já que essa é a ideia. É fácil denegrir o outro que não está aqui para se defender", afirmou Adão.
Jaqueline de Souza, também amiga do agente morto, reiterou que "a gente não estaria brigando aqui se ele não merecesse essa luta".
"A gente está aqui aliviado. Não vai trazer o Alexandre de volta. Não vai. Mas a gente está com sentimento, sim, de alívio, de Justiça sendo feita. A gente agradece primeiro a Deus, porque a gente se apegou muito a Deus. É difícil acreditar na justiça do homem. Mas a gente agradece a quem estava aqui, aos vereadores que votaram pelo sim, votaram com o povo, com a sociedade, e não com ele. Porque ele é o assassino, não tem que votar com ele. Tem que votar com o povo, com a sociedade, que é quem elege eles, somos nós", defendeu.
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