ALLAN PEREIRA
Da Redação
O advogado e presidente do Instituto Mário Cardi Filho, Ussiel Tavares, afirma que vê prejuízo para a sociedade o veto do governador Mauro Mendes (União Brasil) dado ao projeto de lei que busca obrigar o Estado a fornecer remédios à base de canabidiol pelo SUS em Mato Grosso.
“É um prejuízo para a sociedade. Nós sabemos que o canabidiol é uma alternativa que diminui a dor. Então, do ponto de vista clínico, a sociedade como um todo sofre um prejuízo”, afirmou Ussiel ao Midiajur.
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Pela segunda vez, Mauro vetou o projeto da autoria do deputado Wilson Santos (PSD), junto com os colegas parlamentares médicos Lúdio Cabral (PT) e Dr. João (MDB).
Segundo o projeto de lei, o governo compraria os remédios, que chegam a custar mais de R$ 3 mil, e faria o repasse para o SUS.
O veto de Mauro deve ser analisado pelos deputados em sessão plenária, que não tem data marcada para ocorrer.
O deputado estadual Dr. João afirmou que vai articular para derrubá-lo.
“Eu e o deputado Wilson Santos, que somos os autores desse projeto de lei, vamos, de um em um, explicar para os colegas a importância [do canabidiol], envolver os familiares desses pacientes que já fazem uso e, com certeza, acredito na sensibilidade dos colegas para derrubar esse veto do uso do canabidiol”, afirmou.
João explica que o canabidiol tem uso para diversas patologias como câncer, glaucoma, HIV, hepatites, transtorno de espectro de autismo (TEA) e principalmente as crianças que têm crises convulsivas de epilepsia muito vioelentas.
À reportagem, Ussiel Tavares apontou que, do ponto de vista legal, o governador está certo em ter vetado o projeto e que a judicialização não é o caminho, pois a iniciativa tem que ser da União.
“A competência para legislar sobre a prescrição é a Anvisa, que é um órgão federal. A saúde pública tem que ser tratada pelos órgãos competentes. É ela quem tem a competência para ditar as regras sobre a saúde pública”, avaliou.
Ussiel preside o Instituto Mário Cardi Filho, uma entidade que busca ajudar pessoas carentes a conseguir resoluções de conflitos ou acesso a direitos relacionados ao tratamento de câncer na Justiça.
O nome do instituto é uma homenagem a um amigo do advogado, com quem trabalhou por mais de 30 anos e morreu de câncer de pulmão aos 54 anos.
Ussiel relembrou que Mário Cardi tinha dores crônicas por conta do tumor e que a experiência foi dolorosa para ambos.
O advogado destacou que, mesmo com o veto, o projeto coloca em mesa o debate sobre o uso medicinal do canabidiol e espera que o tema seja levado para a esfera federal.
“Esse debate pode ser levado, inclusive, à bancada federal para que uma iniciativa indêntica seja feita a nível nacional para que possa, de uma vez por todas, contemplar essas pessoas que fazem uso do canabidiol, como forma alternativa de um tratamento do câncer, principalmente na diminuição da dor do paciente”, finalizou.
O advogado reforçou ainda que o debate pode pôr fim ao estigma do uso medicinal do canabidiol, que não tem a nada ver com o uso recreativo da maconha, droga ilegal também advinda da planta cannabis.
“Não tem nada a ver com alucinógeno. O que se usa é o princípio ativo da maconha. Que o debate acabe com esse estigma de que trata o cabanidiol”, aspirou.
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Elian dos Santos Cardi 26/05/2022
Estou em pleno acordo com o Dr.Ussiel que está em desacordo ao veto do governador.Realmente a proibição do canabinol,além de ser um grande benefício aos doentes ,também desfavorece a economia da sociedade.Vamos colaborar em benefício desses doentes que sofrem tanto!
1 comentários