AIRTON MARQUES
DA REDAÇÃO
O advogado Marden Tortorelli, o empresário Elvis Antônio Klauk e sua esposa, Vera Dias Fanaia, foram conduzidos coercetivamente pela Polícia Federal para prestar depoimento nas investigações da nona fase da operação Ararath, deflagrada nesta quarta-feira (02).
Ao sair da sede da Políca Federal, localizada na Avendia Historiador Rubens de Mendonça, em Cuiabá, Tortorelli afirmou que prestou esclarecimentos sobre sua relação com o ex-secretário de Estado, Eder Moraes, principal alvo desta fase da operação.
"Pediram para prestar esclarecimentos sobre a minha amizade com o Eder. Vim apenas para dizer que ele é meu cliente e meu amigo", declarou Tortorelli.
O advogado já foi alvo da "Operação Miqueias", que em setembro de 2013 investigou uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro e má gestão de recursos de entidades previdênciarias públicas.
O empresário Elvis Antônio Klauk, também foi ouvido pela delagada Heloisa Alves de Albuquerque Faveri, que conduz a operação. Ele era um dos proprietários da TV Pantanal, da cidade de Cáceres, e teria ligações em outros negócios com Eder Moraes.
Em nota, o advogado de defesa de Elvis e Vera Dias, Elvis Klauk Júnior, afirmou que os dois foram conduzidos "apenas como declarantes" para prestar informações a respeito dos envolvidos na Ararath. Disse ainda que ambos não seriam réus na ação, mas não passou detalhes sobre o que eles saberiam sobre o caso.
Segundo a PF, estão sendo cumpridos onze mandados de busca e apreensão e seis mandados de condução coercitiva, expedidos pela 5ª Vara Federal de Mato Grosso, nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande.
De acordo com a PF, o objetivo é desarticular mais um braço da organização criminosa que estaria adquirindo empresas em nome de terceiros e realizando os pagamentos por meio de instituições financeiras clandestinas (operadores financeiros), as quais ainda não tinham sido relacionadas na investigação.
Conforme apurou o site, as conduções coercitivas têm como alvos empresários da região e terceiros que teriam ligação com os alegados crimes.
Após análise de documentos apreendidos em fases anteriores da Operação Ararath, e provas compartilhadas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, relacionadas à Operação Miqueias, deflagrada pela Polícia Federal no Distrito Federal, em setembro de 2013, constatou-se a realização de pagamentos de aproximadamente R$ 17 milhões no interesse da organização criminosa.
São investigados crimes de operar instituição financeira clandestina, artigo 16 da Lei 7.492/86, crimes contra a administração pública, artigo 317 do Código Penal, lavagem de dinheiro, artigo 1º da Lei 9.613/98 e o crime de organização criminosa, artigo 2º Lei 12.850/2013.
Oitava fase
No último dia 25 de dezembro, a Polícia Federal deflagrou a oitava fase da Operação Ararath.
O objetivo era desarticular um braço da organização criminosa responsável por ocultar das autoridades o dinheiro público desviado e "sustentar o luxuoso padrão de vida" mantido pelos investigados.
Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e sete mandados de condução coercitiva nas cidades de Cuiabá e Chapada dos Guimarães.
O ex-secretário de Estado Eder Moraes, condenado recentemente a 69 anos de prisão, pela Justiça Federal, foi um dos alvos de condução coercitiva, assim como sua esposa, Laura Tereza Costa.
Na ocasião, o delegado federal Marco Aurélio Fáveri informou que os 12 mandados de busca e apreensão e condução coercitiva cumpridos tiveram como objetivo o recolhimento de provas para tentar explicar de onde Eder Moraes consegue renda para continuar “ostentando patrimônio luxuoso”.
Fáveri disse que o alto padrão de vida do ex-secretário não condiz com o fato de ele não ter movimentação bancária, já que as contas de Eder e de sua esposa, Laura Tereza Costa Dias, estão zeradas e bloqueadas pela Justiça.
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