LUCIMAR TRINDADE BIGOLIN
A Reforma Tributária aprovada recentemente no Congresso pelo Governo Lula trouxe aquilo que o empresário, o empreendedor e o trabalhador brasileiro mais temiam: insegurança. Em um ambiente econômico já contaminado pela falta de um mínimo de previsibilidade, a Reforma - aprovada, mas não regulamentada - é um fator a mais a contribuir para a retração e o desinvestimento.
O cenário tributário no Brasil há muito clamava por mudanças significativas, em direção à simplificação. Os entraves burocráticos, a complexidade do sistema e a alta carga de impostos são alguns dos obstáculos que os agentes econômicos enfrentam diariamente. Nesse contexto, a promessa de uma Reforma Tributária é recebida com esperança, mas também com cautela. Os impostos vão aumentar? Diminuir, sabemos por experiência, não vão.
Além disso, a aprovação da Reforma Tributária, ainda que represente um avanço no debate político e econômico do país, não garante a solução dos problemas que afligem a sociedade. Pelo contrário, a falta de clareza e detalhamento nos pontos cruciais da reforma gera um ambiente de incerteza que pode ser prejudicial para a economia como um todo.
Empresários e empreendedores dependem de um ambiente estável e previsível para planejar investimentos, ampliar operações e gerar empregos. No entanto, a ausência de regulamentação e a indefinição sobre como as novas regras serão implementadas criam um cenário de instabilidade que pode desencorajar o crescimento econômico e a geração de riqueza.
Além disso, a falta de transparência nos processos de elaboração e discussão da Reforma Tributária levanta questionamentos sobre a eficácia das medidas propostas. Sem um amplo debate público e sem a participação ativa da sociedade civil, corre-se o risco de aprovar reformas que atendam apenas aos interesses de determinados grupos políticos e econômicos, em detrimento do bem-estar coletivo.
É hora de decifrar os desafios tributários do Brasil, antes que seja tarde demais e tenhamos que enfrentar as consequências de uma reforma mal planejada e implementada.
Pensando nisso, nós, da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de Mato Grosso (Acomac-MT), estamos promovendo um ciclo de palestras que começa no próximo dia 14 de março na Fecomércio, em Cuiabá - e em seguida nas cidades de Sorriso, Nova Mutum, Rondonópolis, Sinop, Primavera do Leste, Tangará da Serra e Lucas do Rio Verde.
Durante o evento, abordamos tudo o que já se sabe sobre a Reforma Tributária e vamos além, mostrando ao empresariado como sobreviver e inovar no novo ambiente do varejo, que, se enfrenta os desafios de uma concorrência cada vez mais ampla, também pode contar com novas ferramentas e tecnologias capazes de incrementar as vendas.
Temos a certeza de que a Reforma Tributária trará novos desafios a quem gera emprego e prosperidade. Mas também é certo que haveremos de superá-los com muito trabalho e espírito empreendedor. Esse espírito que fez de Mato Grosso o estado pujante que é, seja no Agro, seja nos setores de Comércio e Serviços. Esse espírito, enfim, que faz com que sejamos sempre os últimos a entrar nas crises - e sempre os primeiros a sair delas.
Lucimar Trindade Bigolin é empresária e presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de Mato Grosso (Acomac-MT).
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