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ALLAN PEREIRA E LÁZARO THOR
Da Redação

O "Lázaro" do Distrito Federal, que ficou conhecido nacionalmente por conseguir fugir da polícia, tem uma espécie de homônimo em Água Boa (734 Km de Cuiabá), com histórico semelhante de fuga e violência. Lázaro Correa Sobrinho, de 62 anos, é acusado de matar atropelado o vendedor de cachorro quente Jailton Sousa Brito, 45 anos, na terça-feira (23).

O "Lázaro do Araguaia" foge da Justiça desde 1998, quando matou uma pessoa em um local chamado "Bar da Cida", em Ribeirão Cascalheira (880 Km de Cuiabá). Além disso, ele é acusado de pistolagem e de invadir terras na região do Araguaia. O suspeito de matar o vendedor se apresentou à Justiça na última quarta-feira (26), mas foi liberado pelo delegado por não ter ocorrido "flagrante".

Em 2020, Lázaro chegou a ser detido por conta do homicídio que ocorreu em 1998. Na época, policiais militares encontraram com ele uma arma calibre .32 e um documento falso em que constava o nome de Luis Corrêa Sobrinho, para poder fugir da Justiça. O processo em que o mandado foi cumprido não teve mais atualizações e Lázaro foi novamente solto.

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Neste sábado (27), Lázaro foi preso de forma preventiva pela Polícia Civil por conta da morte de Jailton. A Polícia Civil aponta que, além do vendedor e da morte de 1998, o acusado de pistolagem responde a mais um homicídio. Ele estava no regime de semi-liberdade há apenas três meses.

Homicídio em 1998

De acordo com documentos da ação penal contra o motorista datada de março de 1998, na qual o MidiaJur teve acesso, um juiz substituto da comarca de Canarana negou um pedido de liberdade provisória por Lázaro "ser notoriamente conhecido como pistoleiro e invasor de terras".

 

 

A decisão do magistrado detalha também que, em um ação judicial por invasão de terras em que Lázaro figurou como réu, as testemunhas do caso deixaram de comparecer para depor por causa de terem sido ameaçadas de morte por ele.

O juiz havia negado a liberdade provisória por ser o suposto autor de três disparos que mataram um mecânico identificado como José Benedito dos Santos, aos 33 anos, em 1º de fevereiro de 2018. José era conhecido como "Zezão". Segundo a apuração da polícia na época, "Zezão" foi morto por motivo fútil.

Conforme denúncia do Ministério Público, de julho de 1998, Lázaro estava com amigos em um bar de Ribeirão Cascalheira. A vítima entrou no estabelecimento e iniciou a discussão com um dos amigos do motorista. Após encerrado o entrevero, o réu e seus amigos se dirigiram a outro bar no município.

João também foi ao mesmo bar e, enquanto ia ao banheiro, Lázaro foi até seu carro, retornou empunhando uma arma de fogo, foi em direção da vítima e desferiu três disparos.

 

O MP entendeu que Lázaro agiu por motivo fútil, já que "a simples e pacífica presença da vítima no local dos fatos foi motivo suficiente para que lhe fosse causada a morte".

A denúncia foi aceita pela Comarca de Ribeirão Cascalheira e Lázaro se tornou réu no mesmo ano. Um mandado de prisão preventiva foi expedido também junto com a decisão, mas ele ficou foragido da Justiça e até do próprio advogado de defesa por onze anos. Em 2009, ele voltou a procurar seu defensor jurídico para pedir a revogação da medida cautelar, que foi aceita pelo juiz Walter Tomaz da Costa.

Após quase 20 anos depois da morte de João, em dezembro de 2017, Lázaro foi pronunciado a ser levado para o Tribunal de Júri, que não ocorreu até a data de hoje.

Na última terça-feira (23), Lázaro se envolveu em mais uma morte que pode levá-lo a ser réu em uma ação penal por homicídio.

Morte de vendedor de cachorro quente - O boletim de ocorrência indica que Lázaro estava fazendo uso de bebida alcoólica e pegou a caminhonete para fazer manobras arriscadas no trânsito.

De acordo com o registro policial, Lázaro, depois de sair do bar e antes de entrar na caminhonete, teria dito "vejam o que eu vou fazer".

O motorista acelerou com o veículo e, ao fazer o contorno em um rotatória em alta velocidade, perdeu o controle, subiu na calçada e atropelou Jailton.

Em seguida, a caminhonete S10 do suspeito colidiu com o carro Ford Fiesta da vítima, que estava estacionado próximo dali.

A ocorrência policial aponta que, depois do atropelamento, Lázaro fugiu sem prestar socorro. Vídeos gravados por populares mostram o suspeito fugindo em alta velocidade. A polícia não conseguiu encontrar o suspeito em diligências realizadas na região.

Samu foi acionado e chegou a encaminhar o homem para o Hospital Regional de Água Boa, mas ele não resistiu e veio a morrer na unidade.

A Polícia Civil informa que o condutor da camionete S10, acompanhado de um advogado, se apresentou nesta quarta-feira (24), na Delegacia de Polícia de Água Boa. O suspeito foi interrogado e as diligências seguem em andamento. Ele vai responder a investigação em liberdade por não ter sido detido em flagrante.

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