MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
De acordo com informações obtidas pelo Midiajur, a Justiça determinou a suspensão do registro de químico do empresário Ali Veggi Atala, acusado de ser um dos líderes do esquema de venda ilegal de mercúrio investigado na Operação Hermes (Hg), da Polícia Federal. Ali Veggi está foragido desde a deflagração da operação, no começo de dezembro de 2022.
O Conselho Regional de Química da XVI Região (CRQ XVI), que atua em Mato Grosso, atendeu a decisão judicial e suspendeu o registro do empresário, em 13 de janeiro. O mercúrio supostamente vendido ilegalmente pelo Grupo Veggi teria como destino regiões de garimpo de ouro em Mato Grosso e outros Estados da Amazônia Legal, como Rondônia e Pará.
Ali Veggi foi presidente do CRQ XVI e é membro Conselho Federal de Química, com mandato até 2024. A suspensão do registro foi decretada pela 1ª Vara Federal de Campinas, onde Ali e outras nove pessoas ligadas ao Grupo Veggi, inclusive filhos dele, são réus na ação penal movida pelo Ministério Público Federal (MPF) derivada da operação.
No pedido que levou à suspensão, o procurador da República Ricardo Perin Nardi argumenta que o empresário "faz uso de sua atividade profissional para a prática das mais diversas condutas criminosas".
"Além disso, notadamente em razão do lapso temporal das condutas criminosas (mais de sete anos), evidenciado o receio de que a atividade de contadora exercida por ALI seja empregada para a continuidade das práticas ilícitas. A manutenção de ALI no exercício da sua atividade profissional de químico representa, portanto, inequívoco risco à ordem pública", diz trecho do pedido do MPF.
O órgão argumenta que Ali é sócio oculto das empresas ADMF Comércio e Serviços Ltda, Quimar Comércio de Produtos Químicos e Tratamento, e da J.S. Torres ME. Enquanto químico, o empresário seria o "operador técnico" do grupo criminoso, "sendo o responsável pelo transporte, manuseio, comércio, dentre outras operações realizadas com o mercúrio adquirido de maneira clandestina".
Na casa dele, a Polícia Federal encontrou 56 minitonéis utilizados para envase e transporte de mercúrio, e também a documentação da empresa Quimar, da qual ele não é sócio no papel.
De acordo com o MPF, o Grupo Veggi teria operado o esquema desde 2014 e até poucos dias antes da deflagração da operação. O procurador ressalta que foi vendida no período "uma quantia significativa de mercúrio, material tóxico, sem a observância de nenhum requisito legal, colocando em risco diversas pessoas, incluindo algumas que sequer tinha consciência do esquema criminoso e transportaram a mercadoria proibida".
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