ALLAN PEREIRA
Da Redação
A visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Cuiabá, com participação em motociata e outros três eventos, podem ser alvos de uma quarta ação judicial a ser movida pelo diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT).
Em outras três situações, o PT entrou na Justiça Eleitoral ou acionou o Procurador-Geral Eleitoral, Augusto Aras, para tomar providências.
A sigla petista aponta que o presidente pode ter praticado propaganda eleitoral extemporânea (antecipada), abuso de poder econômico e político por ter usado cargo público e todo o aparato da máquina pública para participar dos eventos.
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No dia 15 de abril, Bolsonaro participou de uma motociata em um ato chamado de "Acelera para Cristo", em São Paulo.
De acordo com os advogados Eugênio Aragão e Cristiano Zanin, responsáveis pela representação do PT, “o envolvimento de Jair Bolsonaro foi ativo e proativo desde o início do evento" ao convocar publicamente, incitar seus apoiadores com gestos típicos de suas campanhas, desfilar em carro aberto e realizar comício com pedios de votos de forma implicita e explicita.
As outras duas ações judiciais movidas pelo PT foram por participação de duas carreatas e/ou motociatas no Paraná em eventos voltados para o agronegócio.
Além dessas ações com participação em desfiles por veículos, o PT aciona Bolsonaro por propaganda eleitoral antecipada por meio de outdoors, sendo uma delas inclusive de Rondonópolis.
Ao lado do governador Mauro Mendes (União Brasil), Bolsonaro esteve em Cuiabá na última terça (19) para participar para do lançamento "Marcha para Jesus" na sede da Comunidade das Nações, da 45ª Assembleia Geral Ordinária (AGO) das Igrejas Assembleias de Deus no Grande Templo e da promoção de 506 de oficiais e praças da Polícia Militar de Mato Grosso.
Na ocasião, assim como nos eventos de Paraná e São Paulo, ele desfilou em um carro e foi acompanhado por uma motociata de apoiadores.
Com gritos de "mito", a vinda de Bolsonaro a Cuiabá teve um forte tom de campanha, sendo que muitos apoiadores vestiam camisas com os dizeres “Bolsonaro 2022”.
O deputado estadual Ludio Cabral (PT) foi um dos que viram uma agenda de campanha na participação de Bolsonaro nos três eventos.
“A agenda do presidente aqui foi praticamente de campanha. Do ponto de vista administrativo, eu não tive conhecimento de nada que o presidente tenha vindo tratar aqui em Mato Grosso”, declarou.
O deputado estadual Thiago Silva (MDB) pontua que não viu abuso de poder com a presença de Bolsonaro nos eventos e aponta que a sua participação “foi mais uma visita de cortesia”.
“Isso [campanha extemporânea] pode ser interpretado pela oposição, mas eu acredito que ele está na função de presidente da República. O governador esteve lá também. Ele, o presidente e deputados também foram convidados para prestigiar o evento”, denfedeu.
Já o deputado estadual Gilberto Cattani (PL), bolsonarista e um dos que acompanharam Bolsonaro nos eventos da Capital, minimizou as críticas de campanha extemporânea e afirma que o presidente já é questionado em tudo para se preocupar com uma ação judicial.
“Veja bem, isso é uma crítica. Obviamente se você tem um lado, tem um opositor. O opositor vai fazer critica quando ele pode. Não teve nenhum pedido de voto. E, pelo contrário, o presidente de maneira nenhuma se posicionou como candidato. Ele estava ali apoiando causas que a gente acredita”, disse.
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