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Ezequias Souza Ribeiro foi morto pelo Bope na quarta

MIKHAIL FAVALESSA, LÁZARO THOR E ALLAN PEREIRA
Da Redação

Ezequias Souza Ribeiro, um dos responsáveis pela chacina de sete pessoas em Sinop na terça-feira (21), tem uma ficha corrida que inclui ações penais por assalto a um posto e receptação de veículo roubado, além de processos por cheque sem fundo, transporte ilegal de madeira e dívida de imposto com o Estado, segundo levantado pelo Midiajur. Ele foi morto em confronto com policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na quarta-feira (22) em Sinop.

Os processos tramitam todos na primeirância instância do Tribunal de Justiça em diversas Comarcas. São cinco ações no total.

Uma ação penal movida pelo Ministério Público Estadual (MPE) em Marcelândia aponta que Ezequias e mais três comparsas teriam assaltado o Posto Trevão, na mesma cidade, em 17 de abril de 2018. O grupo levou R$ 2,5 mil em espécie, um cheque de R$ 327,00 e outro cheque de R$ 300,00, além de um celular do posto e dois celulares de vítimas presentes no local.

Ezequias e Donizete Junior Martins teriam saído de Sinop e ido a Marcelândia para dar apoio ao roubo realizado por Romario Eduardo Pereira, vulgo "Lucas", e Adriel Romão Borges.

Lucas e Adriel assaltaram o posto e os quatro fugiram do local no carro. Outras pessoas teriam atuado para esconder a arma do assalto. Todos foram presos no dia seguinte após a Polícia Civil receber denúncia anônima sobre seu paradeiro. O processo segue tramitando e eles respondiam em liberdade.

O suspeito morto também respondia a uma ação por receptação na 2ª Vara Criminal de Sinop. De acordo com o Ministério Público Estadual, 23 de fevereiro de 2019, por volta das 2h da manhã, no Gatti Conveniência, em Sinop, Ezequias comprou um veículo Ford Ecosport roubado da Landgiglio Transportes Ltda. Ele teria usado documento falsificado, além de ter adulterado e remarcado o chassi e o sinal identificador do veículo.

Ezequias foi abordado pela PM e apresentou documento do carro e o bilhete do Seguro DPVAT, ambos adulterados. O documento havia sido roubado do Ciretran de Rosário Oeste e era de uma Ecosport com outra placa. Ele foi preso em flagrante, pagou fiança de R$ 2 mil e foi solto. A denúncia do MPE foi apresentada em 9 de maio de 2019, e uma audiência do caso estava marcada para 6 de julho deste ano.

Cheque sem fundo e dívida

Segundo o levantamento feito pela reportagem, Ezequias Souza Ribeiro foi acionado na Justiça pela Nortão Distribuidora de Peças, sediada em Sinop, em uma "ação ordinária de locupletamento ilícito". Ele teria emitido um cheque de R$ 13,6 mil para a empresa, sem fundos. A ação foi arquivada em 17 de dezembro de 2015, depois que a empresa foi intimado para dar prosseguimento e não se manifestou no prazo.

O Estado de Mato Grosso também tentava receber R$ 163,4 mil de Ezequias e da Madeireira Flor de Julho Ltda-EPP, da qual ele era sócio. O valor foi inscrito em dívida ativa e calculado em 7 de abril de 2021, e era devido por falta de recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Ezequias era sócio junto de Douglas da Silva Soares, José Fernando Carraro e Marcio Goliczeski. O juiz Luis Felipe Lara de Souza extinguiu o processo em relação a Marcio, em 13 de outubro de 2022, e o Estado pediu bloqueio das contas da empresa e de Ezequias e Douglas. O processo segue tramitando.

Madeira ilegal

O quinto processo identificado pelo Midiajur tramita na Vara Especializada do Meio Ambiente, em Cuiabá. O MPE denunciou, em setembro de 2019, a Madeforte Industrial Madeireira Eireli Epp, e Ezequias pelo transporte ilegal de madeira, sem licença válida. Foram apreendidos 40,6 metros cúbicos da espécie Cambará em 8 de outubro de 2017.

Dois dias antes, em 6 de outubro do mesmo ano, um caminhão fez o carregamento na Madeforte, em Marcelândia, com destino para Presidente Getúlio (SC). O motorista foi parado no posto da Polícia Rodiviária Federal (PRF), quando foi encontrada a madeira ilegal.

Ezequias não foi encontrado pela Justiça para audiência preliminar, e o MPE acabou oferendo denúncia contra ele e a empresa em 10 de setembro de 2019.

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