DA REDAÇÃO
As investigações que resultaram na Operação Publicare, deflagrada na última sexta-feira (20) pelas Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco), apontaram que o vereador Paulo Henrique de Figueiredo (MDB) se utilizava de 'testas de ferro' para receber vantagens indevidas de membros do Comando Vermelho. Paulo Henrique foi preso acusado de ser o elo entre integrantes da facção e servidores públicos para atuar na liberação de licenças e alvarás de shows e eventos promovidos pela facção criminosa numa casa noturna adquirida com dinheiro do crime organizado.
Entre os 'testas de ferro' do parlamentar estão seu motorista José Márcio Ambrósio Vieira e Polyana Figueiredo Villalva, ex-esposa de seu sobrinho, que receberam transferências da conta do Dallas Bar, a casa de shows adquirida pelos integrantes do CV-MT. "Essas transferências mensais indicam o cumprimento de alguma obrigação que Paulo Henrique teria com Polyana, configurando, assim, o pagamento de uma vantagem indevida indireta ao vereador, em reconhecimento aos serviços prestados ao grupo criminoso", diz trecho do relatório.
Porém, o vereador também recebeu dinheiro oriundo de empresas ligadas à organização criminosa. Somente a Expresso Lava Car e o Complexo Beira Rio Eventos,de propriedade de William "Gordão", transferiram valores que somaram R$ 15 mil ao vereador. As investigações também revelaram que o vereador utilizava das contas do Sindicato dos Agentes de Regulação e Fiscalização (Sindarf), que ele presidia, para receber valores da organização, o que acabava ajudando na lavagem do dinheiro recebido.[
Ao todo, uma das empresas de William "Gordão" repassou R$ 67,9 mil para o sindicato. "Destaca-se que essas transações seguiram um padrão mensal, sendo um indício de pagamento programado do grupo a Paulo Henrique e demais integrantes do esquema", aponta o relatório.
A Ficco também chamou a atenção para o fato do parlamentar não possuir bens em seu nome, já que possui um bom salário em função do cargo na Câmara Municipal e suas vantagems, e também como servidor público da prefeitura. "A discrepância entre a renda informada e a ausência de propriedade é um indicativo potencial de ocultação de bens, frequentemente associado a práticas ilícitas, como lavagem de dinheiro".
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