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GERAL Terça-feira, 03 de Dezembro de 2024, 14:24 - A | A

03 de Dezembro de 2024, 14h:24 - A | A

GERAL / OPERAÇÃO NEXUS

Sandro "Louco" revelou esquema com servidores em cantina na PCE

Gaeco desbaratou esquema em ação que mirou policiais penais

DA REDAÇÃO



Principal líder do Comando Vermelho em Mato Grosso, Sandro Rabelo da Silva, o Sandro Louco, revelou como funcionou a instalação e funcionamento do mercadinho e cantina que funcionava na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. O esquema entre o Comando Vermelho e servidores que operavam o "mercadinho" na PCE foi desbaratado na Operação Nexus, deflagrada nesta terça-feira (3) pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).

Em depoimento divulgado pelo G1 Mato Grosso, Sandro Louco contou que a ideia de criar o estabelecimento na PCE surgiu em 2012, quando ele retornou do Sistema Penitenciário Federal para a PCE. "Tinha aquela burocracia da família trazer, porque trazia droga, isso e aquilo, e não tinha nada a ver", relatou.

O projeto, idealizado com um amigo preso, foi apresentado à direção da PCE à época, que gostou da ideia e decidiu implantá-lo sob coordenação da Associação dos Servidores da Penitenciária Central (Aspec).

"A secretária fez a analise e viu que ia entrar muito dinheiro. Aí, eles pegaram esse projeto e levataram a eles mesmo, que é a Aspec, que fornece compras para nós", relatou.

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Sandro Louco afirmou que teve o controle da cantina/mercadinho da PCE de 2013 a 2022, obtendo grandes lucros com a situação. "Eu tinha um lucro quinzenal de R$ 25 a R$ 30 mil. Então, quando fechava o mês, tinha um lucro de R$ 70 mil a R$ 75 mil por mês, em cima das compras. Eu comprava da Aspec e revendia para os presos".

O líder da facção seguiu falando que a Aspec é controlada pelos servidores do sistema prisional. Porém, parte do do os presos repassavam no pagamento da associação, ia para ele. "A gente faz a lista, lança pra eles, e eles mandam os produtos para nós", exemplificou.

Sandro Louco contou que os detentos usavam do mercado da associação e de seu próprio negócio para realizar compras na PCE. "Acabou a compra deles, eles vão comprar o que está ali no momento. Não vão esperar 15 dias", frisou.

Outra forma que o faccionado recebia o dinheiro era através dos familiares dos presos. "Arrecadava dinheiro com os familiares dos presos nas visitas. Ou passavam para familiares meus no lado de fora do presídio", complementou.

 

 

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