CECÍLIA NOBRE
Da Redação
Vítimas do "guia espiritual" Luiz Antônio Rodrigo da Silva se sentem ameaçadas depois que ele foi solto, em 6 de setembro, e passou a divulgar conversas distorcidas tidas com as vítimas, segundo as advogadas Karime Dogan e Bruna Abdo, que defendem cinco das dez vítimas do guru.
Luiz Antônio publicou em suas redes sociais prints de conversas com as vítimas, que seriam "provas" de que as mulheres o procuravam. A advogada Bruna Abdo, porém, afirmou que o guru distorce os fatos e troca a ordem das conversas, praticando difamação contra as vítimas.
Em entrevista ao Mídiajur, Karime disse que Luiz não induziu as vítimas a entrarem para o terreiro e que elas entraram por conta própria. Algumas não sabiam nada sobre como funcionava a prática religiosa, o que fez com que Luiz usasse isso a seu favor.
“Elas acreditavam que ali se tratava de um Terreiro de Umbanda, uma religião afro-brasileira, séria e religiosa, mas o que ele (Luiz) praticava não tinha nada a ver com a religião” disse a advogada.
De acordo com a advogada, Luiz se aproveitava da vulnerabilidade das vítimas, fazendo encenações de que estava incorporando entidades como Oxúm e Zé Pilintra, espíritos patronos da Umbanda e era nesses momentos que o guru praticava assédios e abusos sexuais e psicológicos contra as vítimas, segundo a defesa.
Leia mais:
Guia espiritual minimiza prisão por abusos sexuais em "tenda religiosa"
“Nós estamos falando de mulheres muito novas, inclusive uma menor de idade, que ele cometeu os abusos e se aproveitou da religião, alegando que as entidades falavam com ele, por conta da mediunidade, por isso ele fazia esse tipo de coisa”, informou a advogada.
Sobre os prints divulgados por Luiz recentemente, Karime diz que ele além de cometer os crimes, está tentando se vitimizar e colocando as verdadeiras vítimas como as culpadas pelos abusos que sofreram e ainda tenta ridicularizá-las, expondo as conversas em uma ordem diferente, fazendo com que a sociedade julgasse que as mulheres desejavam ter relações com ele e não que sofriam abusos.
"Ele tem todo o direito de se defender, mas que ele se defenda com provas verídicas, sem distorcer fatos. Ele é advogado, conhecedor da lei e sabe que o que fez foi errado, ao distorcer e expor uma conversa em uma ordem errada, mudando o sentido das conversas. Nós não admitiremos e lutaremos para que as vítimas recebam justiça", disse Bruna.
Colocava as vítimas contra seus familiares
A advogada disse ainda que, devido a religião e sua auto intitulação de Guia ou Guru espiritual, Luiz conseguia ter todas as informações pessoais das vítimas sobre a vida delas, suas fraquezas, traumas que passaram ou vivenciaram e, com isso, ele tinha o controle dessas mulheres.
Outro ponto destacado pela advogada de defesa é que Luiz fazia uso de uma prática comum na violência contra a mulher, que se trata da exclusão das vítimas, do afastamento delas de seus familiares e amigos.
“O senhor Luiz fazia isso de uma maneira totalmente maliciosa, pegando os pontos vulneráveis de cada uma das vítimas. Ele tinha influência nas famílias delas, colocando uns contra os outros para que essas mulheres ficassem cada vez mais vulneráveis e o vendo como um protetor, quando na verdade o que ele fazia era o oposto disso”, afirmou.
Segundo Karime, as jovens enfrentavam problemas com a depressão, estavam desempregadas, algumas são mães solteiras que precisavam de algum tipo de ajuda e que ali, achavam que encontrariam algum apoio espiritual, mas acabaram por sofrer ainda mais. A advogada disse ainda que Luiz costumava cobrar por sessões individuais e eram nessas ocasiões que praticava os abusos sexuais.
“Nessas sessões individuais, que eram pagas, ele praticava o abuso físico e pouco tempo depois descobrimos que nos ritos coletivos ele colocava algumas dessas vítimas até mesmo em exposição ao ridículo, sempre enfatizando que eram as entidades que estavam fazendo aquilo e não ele”, relatou Karime.
A advogada ressaltou ainda que as religiões afro-brasileiras já são estigmatizadas e que Luiz usou essa religião para abusar e violentar essas mulheres. “Eu gostaria que fosse enfatizado que o uso dele da Umbanda para produzir esse tipo de crime contra as vítimas aumenta os casos de pessoas que julgam as religiões de matriz africana como algo negativo”, ressaltou.
Grupo de apoio
Depois de muito tempo nessa situação é que as vítimas foram entendendo que aquilo não se tratava de uma prática de religião e passaram a conversar sobre a situação umas com as outras e se deram conta de que aquilo se tratava de abuso sexual e violência.
“Ele disse que elas estavam em conluio contra ele, que se juntaram para destruí-lo, mas em momento algum elas fizeram isso. Demorou muito para as vítimas se juntarem a esse grupo e fizeram isso, inicialmente, para conversarem e entenderem o que estavam passando e só depois conseguiram concluir que eram vítimas de abuso sexual”, relatou Karime.
Durante a entrevista, Bruna pediu para as vítimas que sofreram abusos de Luiz e que não denunciaram, que não tenham medo e procurem a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher para registrar o Boletim de Ocorrência.
Ao Mídiajur, Karime disse que essas informações são relatos das vítimas que ela está defendendo e também das demais que abriram processo contra Luiz. Ela informou que ainda não teve acesso ao inquérito policial, porque ele se encontra em segredo de justiça e o fato dela estar como assistente de acusação ainda não pode ter acesso aos autos, porém a advogada fez o pedido e está aguardando o parecer do Ministério Público, para ingressar no inquérito policial.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.
Maria Aparecida de Oliveira 25/09/2023
É muito crueldade de uma pessoa se aproveitar de uma forma tão escusa como esse senhor fez com essas mulheres .
José Paulo taurino 25/09/2023
A justiça tem q ser dura se esse rapaz errou, mas deve ser implacável se isso for armacao, pq o q li no q foi Postaria VG notícias, mostra outra coisa. Advogado faz a parte dele, defender
Dudu do Mercado dois primos 25/09/2023
Sei que vai ter um monte de gente criticando o que vou falar, mas essas mulheres estão despeitadas, cara boa pinta, e vcs acham q elas são inocentes, só a justiça vai dizer
Saí-lo Ramos da simva 25/09/2023
Inocentes! vi os print. Mandam foto nu p cara sem ele pedir, manda ir no sex shop, meu Deus, é só ler os Prints
Andréia pavan 25/09/2023
Sou mulher, e de inocentes essas aí não tem nada, sabem bem o que estão fazendo
Paulo Roberto Quirino 25/09/2023
Kkkkkkkk, que conversa é essa kkkkkk, inocentes e…. Limpa prints, sei não hein, acho q essas mulheres querem vingança kkkkkkk
Célia Regina Silva Paixão 25/09/2023
Que seu Zé Pilintra e Oxum o punam.
7 comentários