LETICIA AVALOS
Da Redação
A família da gestante Emelly Azevedo Sena, 16 anos, que foi brutalmente assassinada e teve o bebê arrancado na última quarta-feira (12), em Cuiabá, está inconformada com a liberação de três outros suspeitos pela polícia e não acredita que Nataly Hellen Martins Pereira seja a única responsável pelo crime.
“A gente se indigna, porque como eles colocam esses três na rua? A gente não tem como aceitar. Hoje estamos enlutados porque perdemos o direito de vê-la [Emelly] se tornar mãe e dona de família [...] hoje a gente vê ela no caixão. É revoltante saber que a nossa família chora enquanto esses três estão na rua. Então, acho que tem que ser investigado a fundo. A gente não quer inocentes na cadeia, mas que os culpados paguem”, afirmou a tia paterna da vítima, Edilene Moraes.
Após a descoberta do corpo enterrado no quintal da casa da irmã de Nataly, no bairro Jardim Florianópolis, o companheiro da suspeita, Christian Cebalho, além de um cunhado e um amigo da família, que não tiveram os nomes divulgados, também foram detidos por estarem na residência no momento da chegada da polícia, na quinta-feira (13).
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Os três, no entanto, foram liberados na noite do mesmo dia após apresentarem provas de que estavam em outros lugares no momento do assassinato. Diante dos álibis, a polícia decidiu manter apenas Nataly sob custódia.
“A gente está consternado com a situação. A morte já é difícil de aceitar, imagina uma morte com tanto requinte de crueldade como foi a dela. Ela não merecia”, desabafou a familiar.
Motivação
Nataly, que é mãe de três crianças, disse à polícia que fez procedimento de laqueadura e não era capaz de gerar mais filhos. Ainda assim, ficou gestante no último ano e acabou perdendo o bebê. O fato a levou a procurar por grávidas de quem pudesse subtrair uma criança para substituir sua perda.
Mesmo após o aborto, a suspeita afirmou que a sua barriga continuou crescendo e era até capaz de sentir os movimentos do suposto feto. Por esse motivo, ela teria omitido da família a perda do bebê. Em seu depoimento, Cebalho alegou que realmente acreditava que a pessoa com quem se relacionava há cerca de um ano ainda estava grávida.
Após matar Emelly, arrancar a criança de sua barriga com uma faca e esconder o corpo no quintal, Nataly simulou um parto natural em casa e chegou a dar entrada no Hospital Santa Helena com o bebê nos braços. Desconfiados da situação, profissionais da unidade chamaram a polícia, o deu início às investigações.
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