ANGELA JORDÃO
DA REDAÇÃO
'Feliz e empolgada com a chegada da filha'. Assim, a servidora da Educação, Ana Paula Peixoto de Azevedo, descreveu sua filha, Emily Azevedo Sena, assassinada brutalmente na última quarta-feira (12) por Nataly Hellen Martins Pereira durante o 9º mês de gravidez. A assassina, antes de consumar a morte da adolescente, 'retirou' a criança do ventre da mãe.
Ana Paula contou que a filha cursava o 2º ano do Ensino Médio e tinha sonhos e planos para a filha. "A gravidez não foi planejada, mas estava sendo muito esperada, muito querida", relatou, afirmando que dois chás de bebês foram realizados.
Apesar da filha já estar morando com o pai da criança, Ana Paula conta que mantinha contato frequente com Emily. A adolescente, inclusive, estudava na mesma escola em que a mãe trabalhava e havia apresentado atestado recentemente para não ir as aulas por conta da proximidade de ganhar a filha, de nome Liara.
"A gente sempre estava junto, porque eu sempre estava por perto. ela tinha planos para essa criança e ainda falou que queria trabalhar, cuidaria num período e eu no outro. estava super empolgada, animada, feliz com a gestação", falou.
Ana Paula ainda cobrou as autoridades o esclarecimento do caso, principalmente para provar que a assassina teve apoio de outra pessoa. "Quero que as autoridades possam se sensibilizar com minha dor de mãe, porque não era isso que eu queria para minha filha. Que me ajude a colocar esses criminosos na cadeia, porque não é justo tudo que eles fizeram, a justiça achar que ela fez sozinha. Ela não fez sozinha, teve ajuda".
Em relação à neta, a mãe da vítima informou que aguarda a conclusão do exame de DNA para confirmar oficialmente que é filha de Emily para retirá-la do Hospital Santa Helena. A bebê está bem, sob cuidados do médico. O exame fica pronto na tarde desta sexta-feira (14).
Autoridades, como a prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), e a procuradora Gláucia Amaral, estiveram no velório prestando solidariedade à família e também reforçando o apelo por justiça.
CASO
Emilly foi vista pela última vez na manhã de quarta-feira (12), quando saiu de sua casa, em Várzea Grande, para buscar as doações prometidas por Nataly. Na tarde do mesmo dia, uma enfermeira do Hospital Santa Helena denunciou à polícia que Nataly deu entrada na unidade com uma criança nos braços, alegando que teve parto normal em casa.
Conforme o relato da profissional, a suposta mãe chegou andando normalmente, com o cordão umbilical cortado e um pouco de sangramento na mão. Na avaliação clínica, o colo do seu útero estava fechado, descartando a possibilidade de ela ter tido um parto normal.
Ao pedir para dar de mamar à criança, Nataly informou que não possuía leite e insistiu em ir embora ao perceber a desconfiança da enfermeira. A Polícia Militar esteve no local e a encaminhou à delegacia.
Em investigação, policiais foram até a residência da suspeita nesta quinta e encontraram Emilly enterrada em cova rasa no quintal, com ferimentos que apontam requintes de crueldade.
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