LÁZARO THOR
Um policial militar de Sinop prendeu o advogado e policial militar da reserva remunerada Izaque Silva na noite da última segunda-feira (27). De acordo com a defesa do advogado, a prisão ocorreu porque Izaque advoga contra o policial militar em um caso em que ele teria atirado contra o motorista em um veículo Camaro, em Sinop.
A prisão ocorreu por volta da meia noite em um lugar conhecido como Posto Cruzeiro do Sul. Segundo o relatório oficial dos policiais que efetuaram a prisão, foi feita uma abordagem no local que existiria, segundo essa versão, menores consumindo bebida alcóolica.
O advogado, de acordo com os policiais, resistiu à prisão e chamou os envolvidos de "policiais de merda". Por conta disso, foi preso por desacato. Em seguida, encaminhado para o Batalhão de Polícia Militar, por se tratar de soldado da reserva.
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A defesa do Izaque alega, no entanto, que um policial à paisana que estava no local fazendo a segurança do bar foi quem auxiliou na sua prisão. Ele argumenta que este policial teria sido denunciado por ele na Corregedoria da PM. Segundo Izaque, os policiais o ameaçaram e tentaram amedrontá-lo perguntando se ele queria continuar advogando contra a polícia.
Em seu depoimento, Izaque pediu as imagens das câmeras de segurança do local que, segundo ele, mostrariam as intimidações por parte dos policiais. O advogado também negou que tenha alterado a voz ou xingado os policiais que o abordaram.
A defesa de Izaque entrou com pedido para anulação da prisão e concessão da liberdade, por considerar que se trata de uma detenção ilegal.
"Outro ponto que levanta estranheza é que a guarnição que estava no local abordando outras pessoas estava em um ponto diferente a qual o Dr. IZAQUE foi preso, sendo fácil ser provado com as imagens de segurança do estabelecimento", diz trecho do pedido.
"Fica mais estranho Excelência que de primeira após a prisão o Dr. IZAQUE foi levado até a delegacia de flagrante para a
confecção do boletim de ocorrência, chegando lá os policiais descobriram que ele era policial da reserva e assim encaminharam ele para batalhão. Deixando claro a perseguição pois se o mesmo fosse entregue a polícia civil seria colocado em liberdade mediante pagamento de fiança e sendo levado ao comando da polícia militar e atuando ele
por crime militar o mesmo seguira preso até pelo menos a audiência de custódia, assim o castigando e punido ele por um crime que em momento algum foi praticado", diz outro trecho do pedido, que ainda deve ser analisado pela Vara Militar.
O advogado alega ainda que foi constantemente agredido pelos policiais militares e que em determinado momento um dos policiais comprimiu seu pescoço com o joelho. O exame do legista realizado pelo advogado identificou que ele tinha vermelhidão no pescoço, mas o resultado do exame, segundo o advogado, não foi juntado nos autos.
"Excelência essa prisão é ilegal e com abuso de autoridade, onde em momento oportuno ficara demostrada, pois essa prisão se trata de uma mera vingança ou retaliação a denúncia levada a corregedoria da polícia militar do Estado do Mato Grosso em desfavor do policial que efetuou a prisão do acusado, policial esse que não consta no boletim de ocorrência, pois estava a paisana e realizando segurança particular do estabelecimento, por isso a necessidade das imagens do estabelecimento, pois ali ficara demostrada a ilegalidade dessa prisão", diz o pedido da defesa.
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