ALLAN PEREIRA E CECÍLIA NOBRE
Da Redação
Exames de necropsia atestam que a advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, de 48 anos, foi vítima de violência sexual (estupro) antes de ser assassinada pelo ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos, no início da madrugada de domingo de 13 de agostos deste ano.
A informação do crime foi revelada pelos delegados Edson Pick, Ricardo Franco e Marcel Gomes, que é titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (24).
A DHPP concluiu o inquérito do feminicídio de Cristiane e indiciou Almir, autor da morte da advogada, pelos crimes de estupro, homicídio qualificado e fraude processual, já que limpou a casa para tentar apagar os vestígios do assassinato.
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No crime de homicídio, Almir também irá responder pelas qualificadoras de motivo fútil, asfixia mecânica, meio cruel (duas vezes), recurso que impossibilitou a defesa da vítima, fraude e feminicídio (homicídio de mulher por sua condição de mulher).
De acordo com o delegado Marcel Gomes, Cristiane foi morta asfixiada. "Ele pressionou uma perna e o joelho em cima da barriga dela e com algum instrumento mole, que acreditamos ser justamente o travesseiro, asfixiou as vias aéreas dela. Por isso, ele foi indiciado também pelo homicídio qualificado pela asfixia", destaca.
Marcelo acrescenta que Cristiane foi vítima de violência sexual antes de ser morta pelo ex-policial militar. "A violência sexual necessariamente tem que ser antes da morte. Se você violar já morta, a pessoa comete o crime de vilipêndio de cadáver", ressalta.
após espancar a vítima e violentá-la, ele, para querer ficar impune, mata a vítima, simula que a vítima adentra o veículo, coloca os óculos na vítima para fazer de conta que ela era uma passageira dentro do próprio carro e deixa esse corpo no Parque da Águas
De acordo com o delegado, após chegarem na residência, Almir forçou a relação sexual com Cristiane. Laudos da perícia apontam que marcas de pulsos nos braços da advogada sugerindo que ela teve os braços segurados por trás do corpo. No entanto, ela resistiu, o que levou o ex-policial a agredi-la e espancá-la.
"Ela foi totalmente agredida e espancada. Todos os sinais e agressões foram localizados na necropsia, especialmente na região da cabeça, na parte frontal, lateral e posterior (nuca). Então após espancar a vítima e violentá-la, ele, para querer ficar impune, mata a vítima, simula que a vítima adentra o veículo, coloca os óculos na vítima para fazer de conta que ela era uma passageira dentro do próprio carro e deixa esse corpo no Parque da Águas", relata.
Depois de matá-la e antes de deixá-la no Parque das Águas, Almir teria feito uma limpeza na casa para se livrar dos vestígios. Peritos encontraram sinais de sangue na cama, em alguns cômodos que não foram devidamente limpos pelo ex-policial, como pia e encanamento, e até nas mãos do suspeito.
Responsável por coordenar a investigação do feminicídio de Cristiane, o delegado Edson Pick destaca que, apesar de algumas pendências, as investigações conseguiram analisar os celulares de Almir e de Cristiane, delinear o trajeto da vítima na saída de sua casa, a passagem pelo bar e até o momento em que sai da residência do suspeito já morta.
Almir está preso preventivamente na Penitenciária Geral do Estado (PCE). Com a conclusão do inquérito, cabe ao Ministério Público oferecer à Justiça a denúncia contra o ex-policial
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Manoel 26/08/2023
É inaceitável que aparatos do Estado continuem a serviço de criminosos contumazes sem limites enquanto apenas de Mato Grosso, cinco deputados federais, alguns das forças de segurança, sem nada legislar para proteger a sociedade. A OAB deve ver e cobrar.
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