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ESPECIAL Domingo, 11 de Julho de 2021, 08:00 - A | A

11 de Julho de 2021, 08h:00 - A | A

ESPECIAL / PEIXOTO DE AZEVEDO

Cidade que já foi a mais violenta de MT está há 120 dias sem crimes

O balanço deste semestre identificou redução de 40% nas ocorrências de roubo, de 6% nas de furto e 29% de homicídio

Da Redação



O município de Peixoto de Azevedo (672 km ao Norte de Cuiabá) possuía um índice de violência que o equiparava ao antigo faroeste norte-americano.

Em um único dia, a cidade já chegou a registrar 10 homicídios, fator que fez o local já ser considerado um dos mais perigosos do Brasil, sem contar a ação de bandidos, em fevereiro de 1988, que incendiou a casa do delegado, depredou a delegacia e o cerco a policiais civis.

O histórico conturbado tem origem na formação do município, que se deu por meio do garimpo e da instalação de uma cultura de disputas por poder que se resolvia na lei da bala.

Mas, essa realidade tem sido mudada, graças à atuação da Polícia Militar, de forma integrada a outras forças de Segurança Pública.

Peixoto de Azevedo já registra mais de 120 dias sem violência.

O MídiaJur conversou com o tenente-coronel da PM James Ferreira, comandante do 15º Comando Regional, que tem jurisdição sobre nove municípios (Peixoto de Azevedo, Guarantã do Norte, Matupá, Terra Nova, Marcelândia, Nova Guarita, Nova Santa Helena, Itaúba, Novo Mundo e o distrito de União do Norte), onde atuam 120 policiais militares.

Há dois anos e dois meses à frente do 15º CR, James relata que a ostensividade, característica do serviço da PM, tem garantido o trabalho preventivo contra a violência.

Destaca-se que, neste período, já foram realizadas 92 operações policiais militares, o que gerou apreensão de mais de 100 quilogramas de drogas, sendo 73 kg de maconha, 20 kg de pasta base de cocaína, 8 kg de cocaína, 90 veículos recuperados e, mais de 150 armas ilegais apreendidas.

Outros resultados positivos têm sido colhidos como a redução na ocorrência de crimes.

O balanço comparativo do 1° semestre deste ano com o mesmo período do ano passado identificou redução de 40% nas ocorrências de roubo, de 6% nas de furto e 29% na taxa de homicídio.

Divulgação

Equipe da PM Peixoto

Há dois anos e dois meses à frente do 15º CR, James relata que a ostensividade, característica do serviço da PM, tem garantido o trabalho preventivo contra a violência.

Essa redução nos índices criminais ocorreu desde o ano de 2019, quando o Roubo teve queda de 49,5% e o furto 30%. No ano de 2020 se destacou a queda de 22% na ocorrência de homicídio.

Confira os principais trechos da entrevista:

MídiaJur – Peixoto de Azevedo está há mais de 120 dias sem registro de violência. Qual tem sido o papel da Polícia Militar nessa conquista?

Coronel James Ferreira - A Polícia Militar atua como protagonista nesta prevenção. De forma ostensiva e presença constante nos locais identificados de risco, buscamos inibir a ocorrência de crimes. Atuamos também de forma repressiva em alguns fatores que possibilitam a existência desses crimes, a exemplo da apreensão das armas de fogo e, um enfrentamento constante ao tráfico doméstico de drogas, que é o fechamento das famosas "bocas de fumo". Essas ações contribuem diretamente para a redução de crimes como homicídio e roubo.

MídiaJur – Essa atuação tem contado com apoio de outras forças de segurança?

Tenente-coronel James - Sim, atuamos também de forma integrada com as outras forças de segurança pública, para agir de forma conjunta, o que inclui parcerias com o poder público municipal, o Poder Judiciário, o Ministério Público e as forças vivas da comunidade.

Mídia Jur - O que levou o município a ter um dos piores índices de violência do país? Quais fatores influenciaram nisso?

Tenente-coronel James - Peixoto de Azevedo tem sua origem de desenvolvimento na exploração de garimpo. A partir da década de 1970 houve um crescimento desordenado. A cidade chegou a ter uma população superior a 100 mil habitantes. Com isso, construiu-se uma cultura da violência. Quando cheguei aqui em abril de 2019, se destacava um mês com registro de 10 homicídios e ao debater isso com a comunidade, algumas pessoas falavam que essa quantidade não significava “nada” porque era “normal”, já que a cidade já chegou a registrar de 15 a 20 homicídios em um único final de semana, 10 em uma noite. Tudo isso é reflexo da história de fundação da cidade já que o garimpo em sua origem era caracterizado pela violência. Vigorava a lei de quem tinha mais força.

MídiaJur – A comunidade tem auxiliado a PM no combate à violência?

Divulgação

Coronel e oficiais

Outros resultados positivos têm sido colhidos como a redução na ocorrência de crimes

Tenente-coronel James - A comunidade do Nortão contribui muito com a segurança local. Especialmente, disponibilizando informações. É muito importante os insumos e demandas da comunidade ordeira, pacífica e muito participativa. Ao ver uma questão de suspeição, ou até mesmo a ausência de um policiamento, da ostensividade, a comunidade apresenta essa demanda, especialmente à Polícia Militar. Esses indicadores, especialmente a redução da taxa de homicídio em Peixoto de Azevedo é um dado histórico que a comunidade tem que se apoderar, até para que possa melhorar a autoestima dos munícipes e impor esse sentimento de paz e de tranquilidade, que é característico da população ordeira que habita nossa região.

MídiaJur - Como a PM tem atuado para garantir que esse nível de violência continue baixo?

Tenente-coronel James - A nossa estratégia básica são as ações preventivas através da ostensividade policial. A Polícia Militar usa farda e viaturas caracterizadas para que ela ocupe o espaço na comunidade e no imaginário social, que com a presença da polícia não vai ocorrer crimes. Nós realizamos operações policiais militares constantes. No primeiro semestre desse ano nós realizamos 28 dessas operações. Buscamos as outras forças para atuar de forma integrada conosco, destacamos a participação da Polícia Penal, que em Peixoto de Azevedo, nos auxilia na realização frequente do monitoramento dos egressos do sistema prisional, os “tornozelados”, como são popularmente conhecidos. Nós também buscamos apoio da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Judiciária Civil, do Corpo de Bombeiros Militar e da Politec.

MídiaJur – Essa forma de trabalho tem algum foco em específico?

Tenente-coronel James - O grande foco é o enfrentamento ao tráfico de drogas, fechar as bocas de fumo é a prioridade, bem como retirar de circulação armas de fogo ilegais. No primeiro semestre deste ano fizemos a apreensão de 51 armas de fogo e fechamos 108 bocas de fumo, e isso contribui diretamente no controle do homicídio, roubo e furto.

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