ALLAN PEREIRA
Da Redação
O deputado federal Neri Geller (PP), pré-candidato ao Senado, admitiu estar em diálogo com o Partido dos Trabalhadores (PT) para ser o possível candidato da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) para o Senado.
"Dentro de uma composição, nós estamos conversando. Óbvio que eu não vou dispensar apoio de ninguém, mas vamos com calma para que a gente não possa vir a falar demais e se arrepender depois. Acho que todo mundo tem que conversar com todo mundo. Nós estamos no trabalho de convergência, que eu sempre fiz. O debate é nacional e todos nós temos que ter capacidade de conversar. E eu vou conversar com todos. Pode sim acontecer isso [de ter apoio do PT e da federação]", diz.
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Neri conta que teve uma reunião com a deputada federal Rosa Neide (PT) e a presidente do PT a nível nacional, senadora Gleisi Hoffmann, na última terça (28).
O assunto inicial foi para tratar do projeto lei, que tramita no Senado, sobre a mudança no prazo para a obtenção de registro de defensivos agrícolas (agrotóxicos) no Brasil. Neri foi co-relator do projeto na Câmara dos Deputados. Mas, depois, os três conversaram sobre política.
"Depois nós entramos sim também na política. Conversamos e, obviamente, que eu não vou dispensar apoio. Eu quero sim fazer um arco de aliança com o máximo de partido para ir a eleição e ganhar o Senado Federal", disse.
Neri, que já foi ministro da Agricultura no mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, diz que não tem nada 100% definido e tudo não passa de conjunturas no mesmo.
Declara também que tem a liberação do presidente do Partido Progressista, senador Ciro Nogueira, que inclusive é ministro da Casa Civil do presidente Jair Bolsonaro (PL), para fazer uma composição que possa levá-lo ao Senado.
"Mas existe sim um diálogo", reitera. "Eu tenho uma relação muito forte e próxima com a Rosa Neide, que é uma grande parlamentar. Nós atuamos juntos. Então, estou feliz porque acho que dá para compor".
Apesar de buscar o apoio do governador Mauro Mendes (União Brasil) para seu projeto, Neri desconversou quando questionado se o apoio dele seria fundamental e disse que sua candidatura está consolidada, independente da posição do chefe do Palácio Paiaguás.
Após não conseguir o apoio declarado do governador Mauro Mendes (União Brasil) nem do presidente Jair Bolsonaro (PL), Neri articula com o ex-presidente Lula e seu grupo partidário.
Para a imprensa, Neri negou também que dividiria o palanque com o senador Wellington Fagundes (PL), que promete ser seu adversário na disputa pela vaga ao Senado.
"Vamos ser bem sinceros, como você vai subir dois senadores do mesmo palanque? Como vai ser o discurso disso? Não vou atacar ninguém, mas não vou nesse jogo. Você aceitaria disputar uma eleição, você é meu adversário e eu vou estar no mesmo palanque? Não vou dizer que seja impossível, mas acho isso pouco provável. Vou consolidar a nossa candidatura ao Senado dentro de um arco de aliança que eu acha que eu possa ganhar as eleição e que eu possa fazer um bom trabalho".
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