MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
Em meio à construção de uma pré-candidatura ao Senado, o deputado federal Neri Geller (PP) falou em "orgulho" de ser tido ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, durante o Governo de Dilma Roussef (PT).
Neri, hoje, atua na base do presidente Jair Bolsonaro (PL), na Câmara dos Deputados, que tem Arthur Lira (PP-AL) na presidência.
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O deputado se reuniu, na semana passada, com diversas lideranças ligadas à esquerda e centro do Estado, de partidos como PT, PP, MDB, PCdoB, PV, SD e PSB.
Segundo ele, a conversa foi "conjuntural", sem definir apoio a qualquer candidato à Presidência da República.
A tendência de diversos dos partidos presentes na reunião é de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Eu conversei com esses três partidos, que são MDB, PP e PSD. Agora, nós estamos avançando com outros partidos. Obviamente, não vou discutir com o PL a candidatura ao Senado. Nós tivemos uma reunião nesta semana e eu fui chamado por várias lideranças. Estavam lá Percival Muniz, Max Russi, Paulo Araújo, Bezerra, Rosa Neide e também Valdir Barranco. Todos eles, justiça seja feita, o Bezerra foi muito importante em várias matérias. Eu estava também, há 15 dias, no escritório do Jayme Campos. Portanto, eu vou conversar com todos. E não é antagônico porque eu já estive no Governo passado. Nós temos um diálogo com todas as vertentes no Congresso Nacional, de forma concreta. No licenciamento ambiental, por exemplo", disse, na sexta-feira (28), em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real (Record).
Bolsonaro se filiou ao PL no final de 2021, e a tendência é que apoie a tentativa de reeleição do senador Wellington Fagundes (PL), em Mato Grosso.
Depois da filiação do presidente ao partido de Wellington, Neri Geller passou a buscar apoio em outras partes do espectro político.
O atual deputado comandou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de março de 2014 até janeiro de 2015.
Depois, durante a gestão do ex-ministro Blairo Maggi (PP), comandou a Secretaria de Política Agrícola do ministério.
"Eu fui (ministro), e me orgulho, porque foi o setor que me colocou lá. Os avanços que nós tivemos na agricultura foram extraordinários. Nós trouxemos mais R$ 3 bilhões em garantia de preço mínimo, o crédito agrícola nós estruturamos no país inteiro. Eu viajei 18 países, levantei embargos em 13 como ministro. E participei também do Governo Michel Temer, liderado pelo ministro Blairo e eu como secretário de Política Agrícola. Então, as convergências precisam acontecer, e nessa reunião eu fui o primeiro a manifestar nas minhas redes sociais. Não esperei que fosse dar uma repercussão tão grande, porque é natural que se dialogue, porque eu estou no exercício do mandato", declarou.
Neri destacou que a ida de Bolsonaro para o PL faz com que ele busque "apoio da sociedade mato-grossense, e parte da sociedade mato-grossense pode ser de esquerda".
"Isso não quer dizer que eu vou defender uma candidatura de esquerda, apesar de reconhecer, deixar mais uma vez claro, reconhecer muito os avanços do Governo passado. Habitação, crédito agrícola, infraestrutura, e nós estamos hoje na base de apoio do presidente Bolsonaro", sintetizou.
Para o parlamentar, é necessário que mesmo as lideranças do agronegócio, que têm sido ferrenhas defensoras de Bolsonaro, de modo geral, precisam conversar com outros candidatos, como Lula, o ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) e também o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).
"Nós não podemos fechar as portas para ninguém", resumiu.
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