MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
A recente ida do senador Ciro Nogueira para a Casa Civil, em acerto do Centrão, e a consequente aproximação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o PP deve fortalecer o nome do deputado federal Neri Geller ao Senado nas eleições de 2022.
Nogueira é presidente nacional do PP, que atualmente se denomina Progressistas, e assumiu a principal pasta de articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso.
Ao Midiajur, Neri disse que ele próprio tem articulado na Câmara dos Deputados pautas de interesse do Governo Federal e participado de conversas com Bolsonaro.
“Eu sou próximo do presidente. Na vinda aqui para Mato Grosso, fui quem foi junto, na ida para a Agrishow em São Paulo. Tenho feito uma atuação muito forte nas indicações. A própria aproximação com a Flávia Arruda [ministra-chefe da Secretaria de Governo]... Isso não quer dizer que ele vai me apoiar. Mas, lá na frente, isso vem para a mesa. Não menosprezando o [deputado José Medeiros] ou o {senador] Wellington [Fagundes], mas, no ano que vem, isso deve ser mais aprofundado. Não é nenhum cavalo de batalha meu agora”, afirmou.
O também deputado federal José Medeiros (Podemos) recebeu sinalização de Bolsonaro para candidatura ao Senado.
Ao falar a apoiadores no famoso “cercadinho” no Planalto, o presidente disse que já tinha candidato em 2022 e citou o parlamentar mato-grossense.
Neri avaliou, contudo, que, pela distância das eleições de 2022, a tendência é de que o posicionamento não seja definitivo.
O senador Wellington Fagundes (PL) é outro que busca apoio do presidente, na sua tentativa de reeleição no ano que vem.
“Eu não quero dizer: “ah, porque o Bolsonaro vai me apoiar”. Mas o meu histórico de atuação como parlamentar é muito forte nos temas de interesse do Governo”, disse Neri.
O progressista citou que o partido atuou nas pautas, mas que ele vem se empenhando pessoalmente, inclusive, na eleição de Arthur Lira (PP) para a presidência da Câmara, com apoio de Bolsonaro.
“Teve o PP, claro, mas também minha participação como vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), na reforma tributária, na Lei Kandir, e na própria eleição do Arthur Lira. O Bolsonaro nos chamou e entramos, levamos 80% da Frente Parlamentar para apoiar o candidato do presidente da República, mesmo com o Alceu [Moreira, presidente da FPA] trabalhando pelo Baleia Rossi e ganhamos por 302 contra 145. Isso mostra alinhamento com o Governo Federal”, declarou.
O deputado destacou a necessidade de “estar bem posicionado” no próximo ano, com trabalhos em apoio a pautas de Bolsonaro para um eventual endosso à candidatura.
O Congresso ainda analisa a nova lei do licenciamento ambiental, que teve Neri como relator na Camâra e que está no Senado.
Neri elenca ainda a necessidade de aprovação das reformas administrativa e tributária, além de outras pautas como o projeto de mudanças na legislação dos defensivos agrícolas, considerada polêmica.
“A questão do licenciamento mesmo, porque eu fui chamado? Tive apoio de cinco ministros e a pauta é importante para o Governo, vai destravar obras, e tenho certeza que vamos estar bem envolvidos para aprovar esses projetos no segundo semestre”, adiantou.
A lista de apoios ao nome de Neri para o Senado tem o ex-governador Blairo Maggi (PP), o senador Carlos Fávaro (PSD), os deputados estaduais Nininho (PSD), Dr. João (MDB) e Elizeu Nascimento (PSL).
Neri também relatou conversas com os deputados Max Russi (PSB), Eduardo Botelho (DEM) e Dilmar Dal Bosco (DEM), além do senador Jayme Campos (DEM), com os quais ainda não há apoio concretizado, mas uma aproximação, segundo ele.
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