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ECONOMIA Sexta-feira, 14 de Fevereiro de 2014, 14:15 - A | A

14 de Fevereiro de 2014, 14h:15 - A | A

ECONOMIA / MENSALÃO

Gilmar Mendes pede 'vaquinha' para reaver R$ 100 mi

Pedido foi feito em resposta encaminha ao senador Eduardo Suplicy

FOLHA.COM



Após receber um ofício do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) cobrando explicações sobre as suspeitas levantadas contra as doações para petistas condenados no processo do mensalão, o ministro Gilmar Mendes enviou uma carta ao parlamentar e sugeriu a realização de uma vaquinha para ressarcir "pelo menos parte dos R$ 100 milhões subtraídos dos cofres públicos".

No documento, Mendes diz ter certeza que Suplicy "liderará o ressarcimento ao erário" e comenta que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que conseguiu num único dia arrecadar R$ 600 mil, poderá emprestar sua "expertise" para colaborar na recuperação do dinheiro desviado pelo mensalão.

"Não sou contrário à solidariedade a apenados. Ao contrário, tenho a certeza que Vossa Excelência liderará o ressarcimento ao erário público das vultuosas cifras desviadas (...) Quem sabe o ex-tesoureiro Delúbio Soares com a competência arrecadatória que demonstrou – R$ 600 mil num único dia, verdadeiro e inédito prodígio!– possa emprestar tal expertise", diz trecho da carta.

Na carta, o ministro destacou trechos do artigo 5º da Constituição dizendo que “nenhuma pena passará da pessoa do condenado”. Para ele, assim como a pena de prisão, a pena de multa é intransferível e restrita ao condenado.

Ou seja, tal como pessoas solidárias aos condenados não podem passar alguns dias por elas na cadeia, também não poderiam pagar as multas impostas pela Justiça. “Em última análise sabota e ridiculariza o cumprimento da pena – que a Constituição estabelece como pessoal e intransferível – pelo próprio apenado”.

Mendes ainda reclama da falta de transparência no sistema de arrecadações e diz que todos os dados devem ser analisados pelo Ministério Público e pela Receita Federal,
Diz ainda que sites usados para as arrecadações são hospedados no exterior, o que dificultaria ainda mais a fiscalização das “doações moralmente espúrias” e destinadas a “contornar efeitos de decisão judicial”.

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