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Testemunha da Operação Mapinguari está desaparecida

Segundo Maria de Lourdes, mãe da testemunha, o filho desapareceu em 2010

LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO



A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso vai ouvir, nesta terça-feira (07), o depoimento da senhora Maria de Lurdes Evangelista Oliveira, mãe da principal testemunha da Operação Mapinguari, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ibama em maio de 2007. Ela denuncia que seu filho está desaparecido desde 2010 quando, segundo a Polícia Federal, ele
 foi desligado do Programa de Proteção à Testemunha.

À época da Oepração Mapinguari, a PF prendeu dezenas de pessoas, entre índios, madeireiros, servidores da Sema e do Ibama, acusados de envolvimento em crimes ambientais.
Com 63 anos, a trabalhadora rural é mãe de João José Evangelista de Oliveira, que em 2010, quando desapareceu, estava com 21 anos. João José tinha apenas 17 anos quando foi estimulado a denunciar e testemunhar sobre os supostos crimes ambientais investigados na operação.

"Armação" de ONG

Segundo a denúncia trazida por ela e exposta em 2011 ao procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, seu filho teria feito um acordo financeiro com a Ong Fundação Fernando Eduardo Lee para denunciar à
PF e ao Ibama supostas irregularidades em áreas de terra em que a ONG tinha interesse de se apropriar.  Maria e sua família moravam e trabalhavam em fazenda de propriedade da ONG, no Assentamento Ena, localizado no município de Feliz Natal (610 km de Cuiabá).

Seu filho, na época com 18 anos, teria recebido proposta de Avenir Fernandes Marques, então gerente da fazenda da ONG, em que ganharia R$ 10 mil e um automóvel para fazer as denúncias. Após a deflagração da operação, João José foi trazido por Avenir para Cuiabá,que o entregou ao MPF e pediu que ele fosse incluído no Programa de Proteção à Testemunha do Ministério da Justiça, sob a alegação de que estaria sofrendo riscos devido à denúncia.

Todo este processo teria sido feito sem a autorização da família, necessária pelo fato de ele ainda não possuir 21 anos na data dos fatos. Tempo depois, ao buscar seu filho na capital, Maria foi informada de que seu filho já havia sido desvinculado no programa desde 2010. Desde então, João José Evangelista de Oliveira nunca mais foi encontrado.

Também irá depor um dos prejudicados pela operação, o empresário e blogueiro João Batista da Silva (João Maguila), que afirma ter existido um conluio entre a Ong Fundação Fernando Lee, autoridades policiais e agentes do Ibama.

“Um exemplo disso foi a prisão do produtor rural João Ismael Vicentini, que teve sua propriedade 100% embargada irregularmente e também foi acusado de extração de madeira no Parque Nacional do Xingu. Recebeu uma multa absurda mais nunca provaram qualquer irregularidade que possa ter cometido. Nunca adentrou um metro dentro do Parque. Desafiemos o Ibama na época a provar por meio de perícia que ele havia praticado invasão na terra indigna. Mais este órgão que tem muito a explicar sobre isso sempre se negou a periciar á área. Na realidade as retiradas de madeira no Parque nacional só ocorreram no vizinho município de Nova Ubiratã,”, sustenta João.

Amigo da família, o empresário ainda cita diversos fatos estranhos ocorridos durante a operação e que colocariam em dúvida a credibilidade da mesma, como o curto espaço de tempo entre a denúncia do jovem e a operação em campo que foi pouco mais de três meses; o fato de terem usado uma testemunha menor de idade para fazer a denúncia, 18 anos na época, o qual não tinha qualquer informação de ilícitos ambientais e fez a denúncia a pedido da Ong com a promessa de dinheiro e um caminhão; o fato do Ibama e da PF ter usado a sede da fazenda da Ong como base da operação e de funcionário da Fundação ter acompanhado as prisões nas viaturas e no helicóptero, guiando os agente até o paradeiro das pessoas a serem presas

“Por conta disso tem se o prejuízo de várias pessoas que foram injustiçadas e tiveram os nomes jogados na lama pela irresponsabilidade daqueles que arquitetaram e conduziram a famigerada Operação Mapinguari, inclusive o MPF-MT. Sem contar o desaparecimento do jovem João José que não se sabe se ainda está vivo ou se teve a vida interrompida por gente da quadrilha formada por essa Ong pirata, que prometeu pagar pela denúncia dele e tinha todo interesse em sumir com o mesmo para não pagar o que foi prometido e para que a farsa montada não fosse revelada”, argumenta.

Operação Mapinguari

A operação deflagrou extração e transporte ilegal de madeira nas áreas indígenas do Parque Nacional do Xingú, de onde foram retiradas cerca de 2.300 cargas de madeira de diversas espécies.

A PF e Ibama apuraram que o esquema seria facilitado por um grupo de índios. O cacique Ararapan Trumai também foi preso. Outras pessos foram detidas em Feliz Natal, Sorriso, Vera e Sinop. Para algumas delas foram concedidos habeas corpus. Em todo o Nortão foram 29 mandados de prisão. Outros foram cumpridos em outros Estados.

Durante a operação, fiscais encontraram, no Parque do Xingu, uma quantidade considerável de toras ( peroba, cedrinho e outras espécies) prontas para serem transportadas e negociadas. Foram apreendidas, bem como tratores de esteira e pás-carregadeira. Na operação também foi apreendida uma carreta Scania vermelha e até um cofre, de um dos acusados, além de diversas caixas com documentos que vão para o Ministério Público e a Justiça Federal.

A Polícia Federal batizou a operação de "Mapinguari" - criatura nativa da Floresta Amazônica, que pode ter até dois metros de altura, mas ainda desconhecida pelos cientistas. Alguns acreditam que seria um tipo de preguiça gigante.
Com informações de Cícero Pereira

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