THAIZA ASSUNÇÃO E ANA FLÁVIA CORRÊA
DA REDAÇÃO
A juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, negou a proposta de fiança no valor de R$ 192 mil ao advogado e ex-secretário de Administração, Francisco Faiad, durante audiência de custódia realizada na tarde desta terça (14).
O ex-secretário foi preso em decorrência da 5ª fase da Operação Sodoma, que investiga fraudes à licitação, desvio de dinheiro público e pagamento de propinas.
O advogado Valber Melo, responsável pela defesa do ex-secretário, solicitou a revogação da prisão com o argumento de que Faiad não exerce o cargo de secretário de Administração desde 2013 e que o mesmo já foi exonerado do seu cargo como procurador-geral da Câmara de Cuiabá.
Melo alegou que Faiad faz uso de medicamentos contínuos para diabetes e, por isso, necessita de tratamento diário fora da prisão.
Selma Arruda, todavia, não acatou a solicitação, pois entendeu que a alegação da doença não é capaz de revogar a prisão, já que Faiad faz uso de medicamentos, mas não necessita de internação.
Com a negativa, o advogado ofereceu uma fiança na quantia de R$ 192 mil para a revogação da prisão, mas, de igual forma, a magistrada entendeu que a proposta não era suficiente e manteve a prisão de Faiad, que deve ficar recolhido no Centro de Custódia da Capital.
Na audiência de custódia, também foram ouvidos o ex-governador Silval Barbosa, o ex-assessor degabinete de Silval, Silvio César Corrêa e o coronel José Jesus Cordeiro, que atuou como secretário-adjunto de Administração na gestão passada. Todos continuaram presos.
A operação
Os suspeitos são investigados em fraudes à licitação, corrupção, peculato e organização criminosa em contratos celebrados entre as empresas Marmeleiro Auto Posto Ltda. e Saga Comércio Serviço Tecnológico e Informática Ltda., nos anos de 2011 a 2014, com o Governo do Estado de Mato Grosso.
Segundo a Polícia Civil apurou, as empresas foram utilizadas pela organização criminosa, investigada na operação Sodoma, para desvios de recursos públicos e recebimento de vantagens indevidas, utilizando-se de duas importantes secretarias, a antiga Secretaria de Administração (Sad) e a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana (Septu), antiga Secretaria de Infraestrutura (Sinfra).
As duas empresas, juntas, receberam aproximadamente R$ 300 milhões, entre os anos 2011 a 2014, do Estado de Mato Grosso, em licitações fraudadas. Com o dinheiro desviado efetuaram pagamento de propinas em benefício da organização criminosa no montante estimado em mais de R$ 7 milhões.
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