THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO
O ex-superintendente de Infraestrutura da Secretaria Estadual de Educação, Moisés Dias da Silva, declarou em depoimento ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) que o servidor afastado Wander Luiz dos Reis continuou despachando na sala ao lado do Gabinete do então secretário da Pasta, Permínio Pinto, mesmo após ter sido exonerado do cargo.
Moises e Wander foram presos na Operação Rêmora, deflagrada no último dia 3 de maio, por participarem de um esquema de fraudes em processos licitatórios para execução de obras e reformas em escolas estaduais, orçadas em R$ 56 milhões.Os dois teriam recebido propina em troca de informações privilegiadas que auxiliassem determinados empreiteiros a vencer as concorrências públicas.
Conforme as investigações do Gaeco, Moises assumiu, em setembro de 2015, a função de “operador” do esquema na Seduc em substituição a Wander, “pois este não estava correspondendo à altura os interesses”.
Em depoimento ao Gaeco no dia 3, porém, Moisés negou ter atuado de qualquer forma para beneficiar a organização criminosa. Ele afirmou que Wander, apesar de não estar nomeado para qualquer cargo administrativo na Seduc, permanecia na sala ao lado do gabinete do então secretário.
“Mas não sei, entretanto, qual era a atividade realmente exercida por Wander naquela época”, afirmou.
Mas não sei, entretanto, qual era a atividade realmente exercida por Wander naquela época
Moíses começou o depoimento dizendo que na Seduc não tinha relação de subordinação com o então assessor especial do secretário Permínio, Fabio Frigeri, que também foi preso por envolvimento no esquema.
Segundo o ex-superintendente, era Frigeri e a servidora identificada como Patricia Montefusco quem viajavam com Permínio para acompanhar as obras no interior do Estado e ver as necessidades de cada localidade.
Moíses disse ainda que conheceu o empresário Giovani Guizardi, suposto líder do esquema, na Seduc. “Ele esteve no prédio, em três oportunidades, para obter informações acerca do Projeto Escola Legal, orçado em R$ 22 milhões, porém o Tribunal de Contas do Estado considerou o projeto inviável”.
Questionado sobre as declarações prestadas pelo empresário Ricardo Augusto Saguarezi, sobre o fato dele ter dito que só receberia novas medições – etapa que precede o pagamento prestados - , após pagar 5% das antigas a Guizardi, Moises respondeu que as declarações não eram verdadeiras e que nunca recebeu nenhum empresário sozinho.
Ele estava aguardando para ser lotado em alguma escola, em sala de aula
“Esse empresário Ricardo esteve na Seduc apenas quatro vezes, sendo que em três destas reuniões foi para tratar de questões referentes à reforma do prédio da Seduc pela empresa dele, e nessas três reuniões também estavam presentes os servidores Nayara e Yume, engenheira elétrica e arquiteta, respectivamente”.
Moisés ainda afirmou que, no tempo em que exerceu o cargo de superintendente da Seduc, ficou incomodado pelo fato de Frigeri e Patrícia tratarem diretamente com o secretário Permínio sobre as questões de engenharia da Pasta, não respeitando a hierarquia.
Outro lado
Permínio Pinto negou ter despachado qualquer contrato com Wander, quando ele já estava exonerado.
“Ele estava aguardando para ser lotado em alguma escola, em sala de aula”, afirmou.
Veja o depoimento de Moises da Silva:
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