Domingo, 22 de Dezembro de 2024
icon-weather
instagram.png facebook.png twitter.png whatsapp.png
Domingo, 22 de Dezembro de 2024
icon-weather
Midia Jur
af7830227a0edd7a60dad3a4db0324ab_2.png

JUSTIÇA Sexta-feira, 16 de Outubro de 2015, 13:35 - A | A

16 de Outubro de 2015, 13h:35 - A | A

JUSTIÇA / ESQUEMA NA ASSEMBLEIA

Justiça: grupo "castigava" quem não participava de desvios

Juíza Selma Arruda relata que um servidor foi exonerado por não compactuar com grupo ligado a José Riva

LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO



A juíza Selma Arruda, da Vara de Combate ao Crime Organizado da Capital, afirmou que a organização criminosa investigada na Operação “Célula-Mãe” agia de modo a "castigar" aqueles funcionários da Assembleia Legislativa que não estivessem dispostos a compactuar com o esquema de fraudes na Casa.

Entre as penalidades estava, inclusive, a exoneração de servidores do Poder Legislativo.

A informação consta na decisão da magistrada, que resultou na prisão do ex-deputado José Riva (sem partido) e dos servidores Geraldo Lauro, Maria Caramelo e Manoel Marques.

A operação foi deflagrada na última terça-feira (13), por agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Os desvios de dinheiro dos cofres da Assembleia, por meio das chamadas verbas de suprimentos, passam de R$ 1,7 milhão, segundo as investigações.

 “Durante a execução do esquema criminoso, a organização teria agido sem hesitar em castigar quem se recusava a colaborar com o esquema”, disse a juíza, em trecho da decisão.

A declaração teve como subsídios depoimentos de funcionários do Legislativo prestados ao Ministério Público Estadual.

Um dos depoentes, João Luquesi Alves, servidor da Assembleia desde abril de 2013, confirmou que os desvios das verbas de suprimentos eram realizados por meio de prestação de contas fraudulentas.

Em depoimento, ele disse que “que assinava a prestação de contas com medo de retaliações, pois já teria presenciado esse tipo de comportamento em relação ao à época servidor Paulo Ferreira, o qual, após recusar assinar a prestação de contas, foi 'boicotado e deixado de lado' e, posteriormente, exonerado no final de 2014”.

Outro servidor, Felipe José Casaril, também em depoimento, disse ter atestado notas fiscais sem realizar a devida conferência, mas tinha medo de questionar o porquê da assinatura das mesmas.

Ele afirmou que “se sentia incomodado de atestar as notas e prestar as contas sem conferir se o serviço ou produto tinham sido realmente entregues, mas tinha receio de questionar”.

Notas falsas

Ainda em sua decisão, a juíza Selma Rosane afirmou que alguns servidores do Legislativo possuíam, inclusive, empresas que emitiam notas falsas para possibilitar os desvios de recursos.

Em depoimento ao MPE, o servidor Vinicius Prado Silveira afirmou que, no final de 2012, foi procurado por Geraldo Lauro, que lhe propôs que entregasse “notas fiscais frias” à Assembleia Legislativa.

Silveira relatou que, caberia a ele, fornecer “notas frias de sua empresa, denominada VPS Comércio e da empresa de sua esposa Gabriela Brito de Oliveira Silveira, GB de Oliveira Comércio – ME (...) o contador Hilton Carlos da Costa Campos também participava do esquema e conseguia notas ‘frias’ de outras três empresas (...) todo mês o Geraldo Lauro passava ao interrogando a lista de notas que necessitava”.

Operação

A Operação Célula-Mãe foi deflagrada pelo Gaeco no último dia 13 e resultou na prisão do ex-deputado José Riva, de Maria Helena Caramelo, do ex-auditor geral da AL, Manoel Marques, e Geraldo Lauro, que eram ligados a presidência na gestão de Riva.

Os mandados foram decretados pela juíza Selma Arruda, da Vara de Combate ao Crime Organizado da Capital. 

Em sua decisão, a magistrada afirmou que há fortes indícios de que os desvios tinham como destinatários e/ou interessados o próprio José Riva.

Leia mais sobre o assunto:

Empresários dizem que nunca forneceram bens ou serviços à AL

Justiça aponta ex-chefe de gabinete como "xerife" de Riva

Juíza afirma que Assembleia foi vítima da ganância de Riva

MPE confirma prisão de três servidores da AL acusados de desvio

Gaeco diz que Riva pagava formaturas, políticos e massagens

Ex-deputado Riva é preso em farmácia por agentes do Gaeco

Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .

Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.


Comente esta notícia

Motociclista morre ao bater de frente com caminhonete em MT
#GERAL
ULTRAPASSAGEM FORÇADA
Motociclista morre ao bater de frente com caminhonete em MT
Hilux invade conveniência de posto em VG; veja vídeo
#GERAL
PROPOSITAL
Hilux invade conveniência de posto em VG; veja vídeo
Corpo é encontrado dentro de carro em frente a fazenda em MT
#GERAL
MISTÉRIO
Corpo é encontrado dentro de carro em frente a fazenda em MT
Homem atira em rapaz após festa de confraternização em MT
#GERAL
PEITUDO
Homem atira em rapaz após festa de confraternização em MT
Fugitiva da polícia por crimes de roubo é presa por extorsão
#GERAL
EM CANA
Fugitiva da polícia por crimes de roubo é presa por extorsão
Sem receber, médicos da maior maternidade de MT ameaçam greve
#GERAL
REPASSES ATRASADOS
Sem receber, médicos da maior maternidade de MT ameaçam greve
Confira Também Nesta Seção: