LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
O ex-chefe de gabinete do ex-deputado estadual José Riva, Geraldo Lauro, foi classificado pela juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, como um “criminoso habitual”.
Geraldo Lauro foi preso por agentes do Gaeco durante a Operação Célula-Mãe, na quarta-feira (14), sob a acusação de ser um dos líderes de esquema que teria desviado R$ 1,7 milhão da Assembleia Legislativa.
Também foram presos o próprio José Riva e os servidores Manoel Marques e Maria Caramelo, ligados ao ex-presidente do Legislativo.
As investigações sobre os desvios das verbas de suprimento começaram justamente após a apreensão de documentos, na sala de Geraldo Lauro, durante a Operação Ararath.

A extensa ficha criminal de Geraldo Lauro é um claro indicativo de que seu caráter é voltado à prática de delitos
“Ali foi encontrada farta documentação, que indica que as despesas aparentemente realizadas com as verbas advindas dos ditos 'suprimentos de fundos' da Assembléia Legislativa eram fictícias, eis que a maioria das empresas que comprovam os gastos ali constantes é inexistente ou apenas 'de fachada'”, diz trecho da decisão.
Na decisão, a magistrada apontou Geraldo Lauro como um dos gerenciadores do esquema, pois, junto com Maria Caramelo, era o responsável por receber as verbas de suprimento dos servidores e repassá-las a José Riva.
“Com efeito, as investigações indicam que Maria Helena Ribeiro Ayres Caramelo e Geraldo Lauro, além de liderar os demais servidores na tarefa de desviar os recursos de suprimento de fundos, demonstraram em várias situações que são pessoas plenamente aderidas aos objetivos da organização criminosa”, relatou Selma Arruda.
Ficha corrida
Um dos motivos que levaram a juíza a decretar a prisão preventiva de Geraldo Lauro foi a extensa “ficha corrida” do servidor na Justiça.
“O Ministério Público trouxe aos autos o resultado da consulta efetivada no sítio eletrônico do Tribunal de Justiça de Mato Grosso em relação à pessoa de Geraldo Lauro. Conseguiu comprovar que o mesmo se encontra envolvido em uma série de crimes, em especial contra a Administração Pública. Na maioria das vezes, encontra-se incurso nos crimes de peculato e formação de quadrilha”, disse a magistrada.
Boa parte das ações mencionadas por Selma Arruda são relativas à Operação “Arca de Noé”, e são respondidas por ele em conjunto com o ex-deputado Riva, com o ex-deputado e ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Humberto Bosaipo, e com outros réus.
Ele é acusado de ter colaborado em esquema que teria desviado mais de R$ 4 milhões dos cofres da Assembleia, por meio de cheques a empresas de fachada.
O dinheiro desviado serviria, em tese, para ser repassado à Confiança Factoring, do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, como pagamento de empréstimos de despesas pessoais e de campanha.
“A extensa ficha criminal de Geraldo Lauro é um claro indicativo de que seu caráter é voltado à prática de delitos. Como bem aduz o Ministério Público, o número de processos criminais pendentes em desfavor deste acusado denota que durante toda a sua vida pública envolveu-se em inúmeros crimes, é praticamente um criminoso habitual, que agiu promovendo verdadeira sangria nos cofres estaduais”, completou.
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