LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
O juiz Roberto Teixeira Seror, da 5ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá, foi um dos magistrados que teve a inscrição deferida para auxiliar como substituto nas câmaras cíveis do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT).
A inscrição do magistrado provocou divergências entre os desembargadores que compõem o TJ-MT, durante sessão plenária desta quinta-feira (12), pois Seror é suspeito de ter negociado sentença com o ex-secretário de Estado Éder Moraes, segundo depoimento contido em inquérito da Polícia Federal na Operação Ararath.
A questão foi levantada pelo desembargador Marcos Machado, que entendeu não ser viável deferir a inscrição do magistrado enquanto houver suspeitas de possível desvio de conduta.
“Não vejo como algo positivo trazê-lo para a lista de substituição diante deste fato que lhe imputam perante sua atuação como juiz”, disse Machado.
O vice-presidente do TJ-MT, Márcio Vidal, acompanhou a opinião de Marcos Machado, sendo referendado pelo desembargador Luiz Carlos da Costa.
“Seria constrangedor o tribunal trazer um juiz investigado para atuar em substituição”, opinou Vidal.
No entanto, a maioria dos membros preferiu acompanhar o voto do presidente do tribunal, desembargador Orlando Perri.
Para Perri, como ainda não há uma sindicância instaurada contra o magistrado, o deferimento da inscrição não macula a honra e imagem do tribunal.
“O desembargador Paulo da Cunha já solicitou documentos sobre o caso à Procuradoria-geral da República e à Polícia Federal para que seja decidido se será ou não aberta uma sindicância contra o magistrado”, votou.
Com o deferimento da inscrição, Roberto Seror deverá atuar como substituo, em uma das câmaras cíveis, no caso de férias ou outro tipo de ausência justificada de desembargadores.
A investigação
O juiz Roberto Teixeira Seror foi citado, em depoimento do empresário Júnior Mendonça à Polícia Federal, como um integrante do esquema de lavagem de dinheiro, corrupção e crimes contra o sistema financeiro investigado na Operação Ararath.
Segundo o empresário, o juiz teria recebido R$ 500 mil de Éder Moraes para conceder uma decisão favorável ao Estado de Mato Grosso. A negociação e pagamento, conforme Mendonça, foi supostamente realizada por um intermediário (veja AQUI).
Outro lado
A redação entrou em contato com a equipe da 5ª Vara da Fazenda Pública de Cuiabá, que irá pedir ao magistrado se ele irá ou não se posicionar sobre a questão. Em contato anterior, a assessoria de Roberto Seror afirmou que o magistrado não irá comentar sobre os fatos imputados a ele nas investigações da Operação Ararath.
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