LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
Em interceptação telefônica da Polícia Federal contida no inquérito da Operação Ararath, o empresário Júnior Mendonça – pivô e delator do esquema – pede ao advogado Maurício Aude conselhos sobre um montante de dinheiro encontrado na casa de seu pai, Gércio Marcelino Mendonça.
A conversa entre Júnior e Aude, que preside a Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), foi feita na manhã do dia 11 de dezembro do ano passado.
Nessa época, a PF recém havia desencadeado a segunda fase da operação, que investiga crimes contra o sistema financeiro nacional, corrupção e lavagem de dinheiro.
Júnior Mendonça, durante o contato telefônico, relata ao seu advogado que a PF efetuou mandados de busca e apreensão na casa dele, de seu pai e da empresa do qual é sócio, a Comercial Amazônia de Petróleo.
“Eles estão lá na casa do meu pai, dos meus dois irmãos... Foram na casa do Higa [gerente financeiro da empresa], e estão lá no Amazônia também. Correto?”, disse o delator.
Ainda na conversa, ele perguntou a Maurício Aude se o dinheiro encontrado na casa do pai poderia lhe render problemas.
“Esse dinheiro em casa é problema né? – questionou Júnior.
“Depende da interpretação. Eles fazem a interpretação que eles querem, né Jr? – respondeu o presidente da OAB-MT.
O advogado preferiu não dar mais detalhes sobre o assunto por telefone e sugeriu que as providências fossem discutidas na residência de Júnior Mendonça.
"Eu acho que... A gente conversa lá na sua casa. Você me avisa", falou Aude.
Apreensão em cofre
Horas antes, outro grampo interceptou uma conversa de Júnior Mendonça com pai, no momento da busca e apreensão. Júnior pergunta se "havia gente com ele" e o pai responde que estavam tentando "abrir seu cofre", mas não estavam conseguindo.
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