MIKHAIL FAVALESSA E LÁZARO THOR
Da Redação
A desembargadora Antônia Siqueira, do Tribunal de Justiça, suspendeu o processo de execução de uma fazenda em Nova Maringá que foi comprada pelo banco BTG Pactual. A decisão é de 20 de julho.
A fazenda Vianmacel pertencia ao produtor rural Milton Cella e, de acordo com informações do BTG, foi comprada por R$ 81 milhões.
Cella foi acionado na Justiça pela Safras Armazéns Gerais Ltda na primeira instância. A empresa afirma que o produtor deve 180 mil sacas de milho que deveriam ter sido entregues em 1º de junho de 2021 por R$ 27,05 por saca, o que daria R$ 4,8 milhões.
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A magistrada suspendeu a ação da primeira instância em razão da recuperação judicial passada pelo empresário até o final do julgamento do agravo interno movido pelo BTG Pactual.
A compra da fazenda pelo BTG foi fechada em agosto de 2021, antes de Cella entrar em recuperação judicial, no começo de junho deste ano.
O produtor vendeu a fazenda para o banco por meio do fundo de investimento BTG Pactual Terras Agrícolas por R$ 81 milhões. Pela negociação, Cella continua com direito de uso da fazenda por 10 anos, pagando R$ 742,5 mil por mês.
Em 13 de junho, o juiz Valter Fabricio Simioni da Silva, da 3ª Vara Cível de Sorriso, havia concedido a penhora dos direitos de Milton e do Grupo Cella, integrado por outros membros da família dele, sobre a fazenda, nomeando a Safras Armazéns como administradora e depositária da fazenda.
A compra da fazenda envolvendo um grupo em recuperação judicial tem afetado a cotação de ações da BTG Pactual Terras Agrícolas na bolsa de valores. Depois de um pico em 21 de junho, as ações começaram a cair atingindo uma queda de 17,35% nesta segunda-feira (1º).
No total, as dívidas acumuladas por Milton Paulo Cella, Roseli Amália Zuchelli cella e Vitor Augusto Cella somam R$ 327,6 milhões.
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