CAMILA RIBEIRO E AIRTON MARQUES
DA REDAÇÃO
A defesa do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) negou as acusações dando conta de que o ex-gestor seria o líder de um esquema criminoso desbaratado na Operação Seven, deflagrada pelo Gaeco na última segunda-feira (1).
Silval esteve na sede do Gaeco nesta terça-feira (2) para prestar esclarecimentos, mas, segundo a defesa, respondeu apenas breves perguntas formuladas pelos promotores.
As investigações apontaram que o peemedebista e o ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf – também alvo da Operação – assinaram um decreto que possibilitou a compra,
Ele apenas procedeu com a assinatura do decreto, depois de o processo passar pela análise de todos os setores competentes. É impossível que se decrete a prisão de um ex-goverandor por, meramente, assinar um decreto
pelo Estado, de uma área rural na região do Manso que já pertencia ao Poder Público.
Por meio desse esquema, segundo o Gaeco, teriam sido desviados R$ 7 milhões dos cofres públicos.
“Ainda não tivemos acesso à integra da decisão, mas nos disseram, agora há pouco, que o processo tramitou, talvez, de forma irregular. Ocorre que o que chega ao governador é apenas a minuta de um decreto e não todo o procedimento. Desta forma, ele não pode ser responsabilizado por ter apenas assinado um decreto”, disse o advogado Valber Melo, um dos que compõem a defesa de Silval.
“Ele apenas procedeu com a assinatura do decreto, depois de o processo passar pela análise de todos os setores competentes. É impossível que se decrete a prisão de um ex-goverandor por, meramente, assinar um decreto, o que seria um ato de ofício dele. Isso é um absurdo, na visão da defesa”, completou.
Ainda segundo o advogado, Silval, que já está preso em decorrência de fatos investigados na Operação Sodoma, ficou surpreso ao tomar conhecimento do novo mandado de prisão decretado pela juíza Selma Arruda, da 7ª Vara da Capital.
“Mais uma vez ele ficou surpreso, ainda mais ao saber que está preso, novamente, em razão de ter assinado um decreto, como foi na Operação Sodoma. A defesa, inclusive, repudia esse tipo de prisão”, disse.
Valber Melo disse também que, tão logo possível, a defesa ingressará com pedido de habeas corpus para reverter a decisão que resultou na prisão.
“Respeitamos os órgãos de controle, mas vamos buscar a liberdade do ex-governador Silval nos tribunais”.
“Temor desnecessário”
O advogado também criticou a postura da juíza Selma Arruda que, ao determinar a nova prisão do ex-gestor, citou o envolvimento do político em fatos investigados na Operação Ararath, da Polícia Federal, e que dão conta que alguns dos envolvidos teriam desviado dinheiro para o exterior.
Segundo a magistrada, este seria um indicativo de que, se ficassem em liberdade, os alvos da Operação Seven poderiam tentar fugir a qualquer momento.
“Não existe nenhuma procedência nesse sentido. Ele já procedeu com a entrega do passaporte. Então, não há motivo nesse temor da magistrada. O Silval nunca se furtou a prestar esclarecimentos, sempre se apresentou espontaneamente, oficiou todos os órgãos. Então, entendemos que é uma prisão, novamente, ilegal”, finalizou.
Alvos
A juíza também expediu mandados de contra o ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, o ex-presidente do Intermat, Afonso Dalberto, e o ex-secretário adjunto da antiga Secretaria de Estado de Administração, coronel José de Jesus Nunes Cordeiro.
A magistrada determinou a colocação de tornozeleira eletrônica no médico Filinto Corrêa da Costa, ex-proprietário da terra que teria sido vendida duas vezes ao Estado.
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