LETICIA PEREIRA
Da Redação
Após a prisão do vereador Paulo Henrique (MDB), na última sexta-feira (20), por suposto envolvimento com a facção Comando Vermelho, os parlamentares da Câmara Municipal de Cuiabá se desentenderam em grupo de WhatsApp sobre a condução da Comissão de Ética diante do caso. A discussão teve direito a xingamentos, ameaças e um áudio vazado.
Na ocasião, alguns vereadores acusaram a Casa de Leis de adiar propositalmente a abertura de uma comissão processante contra Paulo Henrique. Em junho deste ano, o vereador emedebista já havia sido apontado pela Polícia Federal como integrante de um esquema ilegal de liberação de licenças na prefeitura para beneficiar o CV. Mesmo sendo alvo de buscas, o parlamentar não foi indiciado.
No áudio vazado, o vereador Renivaldo Nascimento (PSDB) se desequilibrou e usou de palavras de baixo calão ao tentar defender a atuação da Comissão de Ética, da qual faz parte. Segundo ele, a decisão da foi aguardar o desfecho das investigações policiais antes de prejudicar o colega.
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Ele também alegou que outros parlamentares também têm o “rabo preso” e não deveriam julgar Paulo Henrique com tanta rapidez, inclusive citando o nome do vereador Rogério Varanda (PSDB).
“Olha, eu vou dar uma notícia para os vereadores, Varanda e companhia ltda. A Comissão de Ética não estava parada não, não tem processo parado, para vocês que gostam de ver sangue, eu queria ver se fosse no r*** de vocês, tá? A Comissão de Ética tem que ter responsabilidade e vocês também. Não é porque está em campanha eleitoral que você tem que cassar vereador para conseguir voto. Vai trabalhar para conseguir votos ao longo de 4 anos. Outra coisa, vocês querem ver sangue de um colega da Câmara, só que tem um detalhe, Varanda e companhia ltda. Um monte de r*** que tem nessa p**** aí”, expressou em trecho do áudio.
Nesta terça-feira (24), antes da sessão na Câmara, a vereadora Maysa Leão (Republicanos) comentou a discussão e garantiu que faz parte do grupo insatisfeito. “Eu enviei a matéria da prisão do vereador Paulo Henrique e aí começou-se ali uma discussão sobre inércia, ou não inércia, da Comissão de Ética. Alguns vereadores, eu inclusa, [...] nos manifestamos dizendo que não estávamos satisfeitos com a atuação da Comissão de Ética e ele é membro”, disse.
Ainda nesta terça, Renivaldo afirmou que o fato do áudio ter vazado demonstra falta de ética por parte dos colegas e acusou os parlamentares de tentar se beneficiar politicamente do caso de Paulo Henrique.
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