MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
Apresentações de artistas sertanejos e nacionais já custaram, apenas em 2022, R$ 4,6 milhões aos cofres públicos de prefeituras em Mato Grosso, de acordo com um levantamento feito pelo Midiajur. Além de grandes artistas com shows acima dos R$ 100 mil, há na lista também artistas regionais, de música gospel e outros que recebem valores mais módicos das prefeituras. Veja a lista ao final.
Em um dos casos, uma publicação oficial da Prefeitura de Planalto da Serra destinava R$ 216 mil para a capacitação de servidores sobre a nova de lei de licitações. A destinação foi alterada na sexta-feira (27) para pagar um show do cantor Amado Batista.
Os valores dos shows contratados pelas prefeituras começaram a vir à tona depois que o cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, criticou a Lei Rouanet e a cantora Anitta em uma apresentação na 33ª Exporriso, em Sorriso. Apenas aquele show custou R$ 400 mil à prefeitura da cidadade, em um contrato com dispensa de licitação.
Todos os contratos encontrados pela reportagem foram feitos nesse formato, com "inexibilidade de licitação". As informações foram levantadas junto ao Diário Oficial de Contas, matido pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) e no Diário dos Municípios, mantido pela Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).
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O show de Zé Neto e Cristiano foi o segundo mais caro da lista. O primeiro é uma apresentação do cantor Wesley Safadão a ser realizada em Campo Verde, em 4 de julho. O evento é a Expoverde 2022. Apenas o show do "Safadão" custará R$ 450 mil aos cofres municipais.
O terceiro show mais caro é do cantor Leonardo, em contrato firmado com a Prefeitura de Brasnorte. A apresentação está marcada para a próxima terça-feira (31), para encerrar a Brasnorte Rural Show, que comemora o aniversário de 33 anos da cidade. O custo do show do sertanejo é de R$ 390 mil.
O levantamento feito pelo Midiajur é parcial. Diversas apresentações que constam nas divulgações dos eventos encontrados ainda não tiveram seus contratos publicados oficialmente nos diários do TCE e da AMM.
Em uma espécie de retomada com a passagem de fases mais críticas da pandemia de Covid-19 e considerando que 2022 é um ano eleitoral, é possível que os números totais sejam maiores do que os encontrados aqui.
Veja o levantamento completo:
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