MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
Em meio ao surgimento de uma nova variante do coronavírus, ainda não confirmada em Mato Grosso, o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, defendeu que a prioridade é avançar na vacinação contra a Covid-19, e não a realização do Carnaval em 2021.
A fala foi feita aos jornalistas em um encontro promovido pelo Governo do Estado, na semana passa, no Palácio Paiaguás.
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A variante ômicron foi identificada na África do Sul, mas já circulava em outros países. Há confirmações no Brasil.
"Liga um alerta para o Brasil todo. Já existem vários outros casos sendo analisados, fazendo sequenciamento genônico para saber se é essa variante da África... Minas Gerais já tem estudos sendo realizados, e é algo quase impossível que não aconteça. Iria chegar, chegou rápido, já poderia estar circulando no Brasil, porque até os casos que foram identificados na Europa já estavam circulando antes mesmo da notícia da África do Sul enviada ao sistema internacional. É quase impossível uma variante nova da Covid não chegar em todas as partes do mundo. E vai ter novas variantes. Enquanto nós não tivermos, no mundo, uma cobertura vacinal que passe os 90%, nós não conseguimos interromper essa cadeia de surgimento de novas variantes. Por isso, enquanto no mundo não estiver tratando disso não vai ter nenhum país seguro. Por isso, não adianta... ajuda muito a cobertura vacinal no país, mas temos que ter no mundo inteiro. Por isso esse grande apelo que se faz aos países desenvolvidos para que auxiliam os países menos desenvolvidos", pontuou o secretário.
Questionado sobre grandes festas como Ano-Novo e Carnaval, Gilberto defendeu que não seria o momento adequado para pensar nisso, apesar de a decisão caber a cada município.
"Não recomendo porque contraria as orientações da ciência. Nós estamos, todos os secretários de Estado do país, é unânime, que nós devemos evitar as aglomerações dessa natureza. A pandemia no Brasil se disseminou muito mais quando teve o Carnaval no Rio de Janeiro, quando teve evento em Salvador, o Círio de Nazaré, e isso aprofundou. Então, a recomendação é para que se evite isso", defendeu.
Gilberto ponderou que "não há motivos para desespero" com relação à nova variante do coronavírus. Análises preliminares apontam que os sintomas são mais leves, apesar de uma disseminação mais rápida.
"Mas eu queria que esse desespero refletisse na iniciativa das pessoas de buscar a vacina. Me recordo que no início dessa pandemia eu recebi mais de 300 ofícios de associações, de categorias, enfatizando que eles deveriam ser prioridade. Todo mundo era prioritário naquele momento. Agora que a vacina está disponível para todo mundo, onde estão essas instituições que não estão fazendo campanha para vacinar os seus associados? Tem muita gente que não tomou a segunda dose, teve gente que sequer tomou a primeira dose. Então, é importante fazer aquilo que a ciência colocou à nossa disposição, que é hoje o melhor mecanismo de conter, que é a vacina", lembrou.
O secretário pediu que a população busque convencer familiares e outras pessoas próximas a fazer o esquema completo de imunização. Atualmente, há cerca de 60% da população vacinável com as duas doses, e o percentual iideal seria algo em torno de 90%.
Registrou ainda que as medidas não farmacológicas, como distância social e máscara, continuam sendo importantes,
"O importante neste momento é convocar a população a se proteger mais, e isso significa vacinar e evitar determinadas coisas que é muito fácil. Eu sei que a máscara é desconfortável, todo mundo sabe, mas acho que o sacrifício mais um tempinho ajuda", resumiu.
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