ALLAN PEREIRA
Da Redação
O governador Mauro Mendes (União Brasil) avalia que os fiscais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) agiram de forma correta ao destruir maquinários que estavam sendo usados para desmatamento ilegal em uma fazenda em Marcelândia.
Em 4 de agosto, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) apontou que a fazenda Curuá Madeireiras do Amazonas Ltda., alvo da fiscalização, já havia sido advertida outras cinco vezes por conta do desmatamento ilegal na propriedade de 11 mil hectares e recebeu multas de até R$ 33 milhões pelo crime ambiental.
“Em quatro anos, tudo o que nós apreendemos, 96,5% dos equipamentos foram removidos, apreendidos e destinados. Só 3,5% foram destruídos. Tinha reincidência naquele caso. Eram máquinas velhas, de difícil remoção. Os fiscais, na minha opinião, fizeram o que é correto”, disse Mauro.
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Apesar dos números apresentados pela Sema e da informação de reincidência, o governo foi atacado por políticos mato-grossenses, que defendem o agronegócio. A pasta respondeu, por meio de nota, à pressão.
Apenas cerca de 3,5% dos equipamentos foram destruídos
Conforme o governo, de um total de 1.113 máquinas e veículos apreendidos durante operações de combate a crimes ambientais em Mato Grosso, entre os anos de 2020 e 2023, apenas 38 foram destruídos – o que representa cerca de 3,5% do maquinário apreendido.
Nesse período, 278 equipamentos e máquinas foram disponibilizados para prefeituras municipais, Polícia Militar, Secretaria de Estado de Segurança Pública, Corpo de Bombeiros, entre outras instituições.
Entre os bens apreendidos estão caminhões, tratores e veículos, que eram utilizados no desmatamento ilegal, exploração de floresta nativa em área de reserva legal e incêndios florestais. Também constam na lista de apreensões por crimes ambientais de 362 motosserras, 1285 animais e 95 mil metros cúbicos de madeira.
Todas as ações fazem parte da política do Governo de Mato Grosso de "tolerância zero para transgressões às leis ambientais". Para isso, o Estado investe, em 2023, R$ 77,4 milhões, em equipamentos, veículos e insumos para o combate aos crimes ambientais.
Mauro cobra lei mais dura e defende confisco
O governador Mauro Mendes também respondeu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pediu ajuda dos prefeitos e governadores no combate ao desmatamento. O chefe do Palácio Paiaguás afirmou que continuará defendendo o Código Florestal. Contudo, ele também defendeu mudanças e voltou a sugerir o confisco de fazendeiros que praticam o desmate ilegal.
“Se tem pessoas que não respeitam a lei e excedem a esse limite, eu defendo uma mudança na lei para tornar mais dura a punição. Eu vou continuar defendendo o confisco daqueles que desmataram ilegalmente. [...]. Ele (Lula) terá o meu apoio para o desmatamento ilegal zero. Inclusive, já sugerir ao Governo Federal para fazer uma medida corajosa, mandar um projeto de lei para mudar a Constituição e dar o mesmo tratamento de quem faz o plantio de maconha ou cocaína, que é o confisco de qualquer propriedade”, disse.
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