MIKHAIL FAVALESSA E CECÍLIA NOBRE
Da Redação
Após reunião com lideranças do agronegócio na terça-feira (21), o governador Mauro Mendes (União Brasil) afirmou que o Estado pode aplicar sanções a empresas, em especial tradings, que mantiverem a chamada a "moratória da carne e da soja". O governo ainda estuda medidas judiciais contra esses grupos e também fará pressão no Congresso Nacional contra a situação.
A "moratória" foi declarada em 2006 por indústrias e exportadores associados à Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e à Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC). A medida impede a exportação de produtos que tenham origem em terras na Amazônia desmatadas depois de 2008, a data utilizada como marco para o Código Florestal Brasileiro.
A Abiove hoje é presidida pelo ex-governador, ex-senador e ex-ministro Blairo Maggi (PP). Mauro recebeu no Palácio Paiaguás lideranças da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), além de prefeitos de municípios produtores de soja e carne.
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"Essa moratória desrespeita o Código Florestal Brasileiro, que estabelece claramente que a partir de 2008 você pode desmatar apenas 20% no bioma Amazônico e 75% no bioma Cerrado. O problema é que essas empresas não estão considerando isso, estão desrespeitando o Código Florestal, e dizendo: se você desmatou a partir de 2008, não importa o que a lei brasileira diz, não respeitamos a lei brasileira, e não aceitamos que isso tenha acontecido. Isso é um absurdo, é um tapa na cara do Congresso Nacional, que fez essa lei, é um desrespeito ao trabalhador sério, honesto", defendeu o governador em fala à imprensa.
Mauro Mendes apontou que vai "agir politicamente, levando isso ao conhecimento do Congresso Nacional, porque é um desrespeito contra a lei" ainda "vamos acionar juridicamente, porque é um abuso de poder econômico e vamos estudar medidas de sanção econômica caso essa situação persista dentro do Estado de Mato Grosso contra essas empresas".
"Elas têm um poder muito grande, mas não podem simplesmente fazer isso. Mato Grosso é um player importante brasileiro, temos 30% do mercado brasileiro, temos grande relevância no cenário das exportações de alimentos. Nós dependemos deles, mas eles também dependem de nós. Mato Grosso fora do cenário de exportações brasileiro e mundiais, cria um colapso, cria um desequilíbrio", pontuou.
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