GILSON NASSER
Da Redação
Com 14 votos favoráveis, a Câmara de Cuiabá acatou o pedido de renúncia da vereadora Edna Sampaio (PT) da composição da Comissão Processante que investiga o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) por, supostamente, liderar uma organização criminosa instaurada na Secretaria de Saúde de Cuiabá. Sete vereadores de oposição ao prefeito se abstiveram de votar a renúncia da petista e houve ainda quatro ausência, incluindo da própria Edna.
Após a votação, a Mesa Diretora realizou novo sorteio para definir novo membro da Comissão Processante. O sorteado foi o vereador Eduardo Magalhães (Republicanos).
Antes da votação, a Mesa Diretora da Câmara leu a carta renúncia de Edna Sampaio. No documento, ela fez inúmeras acusações contra os trabalhos da Comissão Processante, formada ainda pelos vereadores Wilson Kero (PMB) e Rogério Varanda (PSDB), respectivamente presidente e relator da CP.
"Sem poder atuar de forma plena, nem poder discordar a forma como os trabalhos vêm sendo conduzidos, não vejo alternativa a não ser solicitar o meu desligamento da Comissão Processante", diz o documento encaminhado pela petista.
Durante a discussão da votação, os vereadores de oposição ao prefeito apontaram que a atitude de Sampaio pode gerar uma "insegurança jurídica" quanto aos trabalhos da Comissão Processante. Por isso, sete deles se abstiveram de votar o pedido da petista.
"Não tenho dúvida que o prefeito Emanuel Pinheiro vai usar a carta da vereadora Edna para tentar anular na Justiça a Comissão Processante. Quero deixar registrado que a vereadora está dando uma carta ao prefeito para que ele possa usar essa carta acusatória no Poder Judiciário, dizendo que a vereadora membro da comissão disse que houve vícios nos trabalhos da Comissão Processante", pontuou Dilemário Alencar (União).
A vereadora Maysa Leão (Republicanos) criticou o comportamento de Edna Sampaio nas redes sociais e imprensa, em relação aos documentos oficiais que protocola na Câmara. "A vereadora falou no grupo de vereadores que está saindo da comissão num momento de vulnerabilidade de sua saúde. Até quero saber se ela apresentou atestado, porque desde então ela não veio mais ao plenário".
"Esse pedido é muito confuso, porque o que ela fala na imprensa é diferente de suas atitudes", complementou.
Presidente da Comissão, o vereador Wilson Kero Kero colocou que, em três semanas de trabalho, a Comissão Processante realizou cinco sessões deliberativas. Destas, a petista participou de apenas uma, onde teve quatro de seus cinco requerimentos acatados. "Na quarta falta dela, quando foi indagado sobre atestado, justificativa da falta, ela renunciou", explicou o presidente da Comissão.
Membro da base do prefeito, o vereador Renivaldo Nascimento (PSDB) afirmou que o plenário nem deveria votar a renúncia, já que é uma decisão pessoal da parlamentar e deveria ser acatada de imediato. "Não tem o que fazer. Temos que sortear novo integrante. Se isso vai implicar ações no Judiciário, é exercer a futurologia".
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