Roberto Stuckert

MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou o senador Carlos Fávaro (PSD) como ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a partir de 1º de janeiro.

A confirmação aconteceu depois de negociações durante semanas que envolveram a filiação dos dois suplentes do senador, Margareth Buzetti e José Lacerda, ao PSD. A ideia era garantir que, mesmo com a ida do titular da cadeira ao ministério, o representante de Mato Grosso continuasse votando com a base de Lula no Senado.

“Agradeço ao presidente Lula e ao vice-presidente Geraldo Alckmin a confiança e ressalto que essa gratidão vem em forma de comprometimento. O agro é o setor mais próspero do Brasil, com um enorme espaço para crescer e nenhum milímetro para retroceder. O avanço responsável, sustentável, contemporâneo, aliado a tudo que há de mais moderno e mais seguro para continuarmos evoluindo na segurança alimentar do Brasil e do mundo é uma responsabilidade incomensurável”, disse o senador ao aceitar a indicação.

Fávaro optou por apoiar Lula nas eleições de outubro, desde o primeiro turno, em uma articulação que envolveu também o ex-governador, ex-senador e ex-ministro Blairo Maggi (PP), considerado seu "padrinho" político.

Ao confirmar o nome do senador no ministério, Lula destacou que Fávaro é agricultor e foi vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-MT) e vice-governador de Mato Grosso.

O nome do deputado federal Neri Geller (PP-MT) também vinha sendo cotado para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nos bastidores, especula-se que Neri possa assumir cargo no segundo escalão do Mapa, como a Secretaria Executiva ou a presidência da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Tanto Fávaro quanto Neri trabalharam na transição de Lula. Agora, Margareth Buzetti será senadora, tendo José Lacerda de suplente.

A confirmação do senador por Mato Grosso no Mapa foi feita na mesma "leva" que outros 15 ministros de Lula.

São eles: Renan Filho (Transportes), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Daniela Waguinho (Turismo), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Marina Silva (Meio Ambiente), Ana Moser (Esporte), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Juscelino Filho (Comunicações), Jader Filho (Cidades), Carlos Lupi (Previdência Social), André de Paula (Pesca e Aquicultura), Waldez Goés (Integração e Desenvolvimento Regional), Paulo Pimenta (Comunicação Social), general Gonçalves Dias (Gabinete de Segurança Institucional).

CURRÍCULO DO NOVO MINISTRO

Carlos Fávaro tem 53 anos, nasceu em Bela Vista do Paraíso (PR), é casado e tem duas filhas. Produtor rural, deixou o Paraná na década de 1980 e foi um assentado da reforma agrária na localidade em que hoje se situa o município de Lucas do Rio Verde.

Em 2006, diante de uma das maiores crises enfrentadas pelo setor produtivo, Fávaro foi um dos participantes do “Grito do Ipiranga”, movimento de produtores que representou um divisor de águas para a agricultura brasileira. Diante dos resultados alcançados, ele se tornou delegado da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), entidade que presidiu por dois mandatos.

Fávaro também presidiu a Cooperativa Agroindustrial dos Produtores de Lucas do Rio Verde (Cooperbio Verde), exercendo o cargo de 2007 até 2011 e foi vice-presidente da Aprosoja Brasil.

Em 2014, se licenciou do movimento associativo e, filiado ao Partido Progressista (PP), foi eleito vice-governador do estado no primeiro turno, na chapa encabeçada por Pedro Taques, recebendo 57,25% dos votos. Em abril de 2016, foi nomeado secretário de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso, cargo que ocupou até dezembro de 2017. Em 2019, foi escolhido para chefiar o Escritório de Representação de Mato Grosso (Ermat), em Brasília.

Em abril de 2020, após a cassação do mandato da senadora Selma Arruda pelo TSE, tomou posse do mandato como Senador da República substituto até o resultado da eleição suplementar convocada pelo TRE-MT. Fávaro foi candidato e acabou sendo o mais votado (25,97%) em uma disputa que contou com 11 candidaturas.

(com informações da assessoria)

Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .

Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.